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Campo Grande

há 2 horas

Com falta de ambulâncias, família espera 4 horas para atestar morte de idosa em Campo Grande

Angelina Pachuki faleceu 11h50, mas viatura do Samu só atendeu chamado depois das 16h

Familiares de Angelina Pachuki, de 70 anos, denunciam o descaso no atendimento de saúde e a demora das ambulâncias em Campo Grande. Após esperarem mais de quatro horas, uma ambulância chegou apenas para confirmar o falecimento da idosa no bairro Praia da Urca.

A sobrinha-neta de Angelina, Rhayanne Caroline Pachuki, de 31 anos, compartilhou sua indignação ao TopMídiaNews, relatando o sofrimento da família ao buscar auxílio médico sem sucesso. Segundo ela, Angelina faleceu na quinta-feira (24), por volta das 11h50, enquanto estavam presentes o esposo de Rhayanne, sua avó (irmã da vítima) e sua mãe (sobrinha de Angelina).

"Já imaginávamos que esse momento chegaria. Ela estava acamada e em estado delicado. Ligamos para a funerária, mas nos informaram que o corpo só seria recolhido após a liberação do atestado de óbito pelo Samu", conta Rhayanne.

As primeiras ligações para o Samu ocorreram logo após o falecimento, mas a demora surpreendeu a todos. "Às 13h30 ligamos novamente e disseram que o Samu estava sendo liberado para vir", lembra a sobrinha no segundo telefonema.

Com o corpo da idosa já sem vida há quase três horas, Rhayanne, angustiada e vendo os familiares em desespero, procurou ajuda em um quartel do Corpo de Bombeiros. "Fui ao Corpo de Bombeiros, à UPA Coronel Antonino, fui no 24h falar com os socorristas do Samu, liguei na Polícia Militar e nada", lamenta.

Finalmente, após as 16h, o Samu chegou ao local. "Eles pediram desculpas, disseram que só tinha 2 ambulâncias para atender a região, depois disso que a funerária pode buscar o corpo", detalha Rhayanne.

Os trâmites familiares se encerraram às 19h, depois de quatro horas de espera para atestar a morte e mais três horas de burocracia. "Ficamos arrasados, uma cidade do tamanho de Campo Grande e tivemos que passar tamanha humilhação, imagino se fosse uma morte violenta, com sangue, a família ia se deparar com uma cena de horror por horas até ser atendida", lamenta a sobrinha.

A família não chegou a registrar boletim de ocorrência, mas espera uma resposta das autoridades de saúde sobre o caso e sobre a quantidade de ambulâncias disponíveis na Capital.

Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) informou que o Samu recebeu duas ligações da família de Angelina no dia da ocorrência, mas que somente na segunda ligação foi possível obter todos os detalhes.

"No dia 25/10, às 11h58, o SAMU recebeu a primeira chamada deste caso, mas a ligação caiu antes que as informações fossem dadas à equipe. Às 13h39, o SAMU recebeu outra ligação, quando foi informado o ocorrido, de que a senhora Angelina havia falecido. Todas as 4 ambulâncias avançadas do SAMU, naquele momento, estavam empenhadas em atendimento, e assim que uma delas foi liberada seguiu para a ocorrência. Em nenhum momento houve omissão por parte do Ssmu, e a Sesau, neste momento de luto, se solidariza com a família", diz parte da nota.

Segundo a Secretaria, o Samu opera atualmente com 14 viaturas, sendo 7 de atendimento básico, 4 de suporte avançado, uma de suporte intermediário em Anhanduí e 2 motolâncias. Recentemente, a Prefeitura alugou 10 viaturas, que chegaram entre julho e setembro.

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