Além de enfrentar os problemas diários para se locomover com o filho de cinco anos, Rosana Brandão se frustrou ao levá-lo para um passeio no Parque de Exposições Laucídio Coelho, onde acontece a Expogrande. Em uma postagem no Facebook, ela desabafou a falta de acessibilidade para andar com a cadeira de rodas do pequeno Rhian Carlos.
“Fui até o Parque para levar as crianças e, ao chegar, me deparei com a falta de rampa, é um absurdo, porque foi a primeira vez que eu levei ele junto com os primos, que ele queria ver os animais. Cheguei lá, tive essa decepção”, contou ela frustrada.
Segundo Rosana, em todos os locais havia degraus e era difícil andar com a cadeira de rodas. “Qualquer lugar que íamos tinha degraus e onde tinha rampa tinha uma árvore bem na frente. Eu ainda consigo erguer a cadeira do meu filho, mas e um adulto? É muita dificuldade”, reclamou em conversa com a reportagem.
Para a mãe – que foi apoiada por outras famílias de crianças com necessidades especiais de locomoção, o assunto precisa ser debatido. “Todas as crianças gostam e o meu também. Vou reclamar mesmo, porque se a gente não falar, que mundo meu filho vai viver? Ele tem o direito de ir e vir também”.
Ela recebeu o apoio de quem viu a postagem. “Não me surpreende. Estamos em Campo Grande, capital dos bois. Não tem calçadas, quando tem são inacessíveis, quando é acessível, a Energisa mete um poste bem no meio”, comentou.
Outro lado
A assessoria de imprensa da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) explicou, por meio de nota, que há muito tempo a entidade vem investindo esforços e recursos para humanizar o Parque de Exposições e “entre esses esforços, com foco na garantia da acessibilidade, justamente pela grande presença de pessoas com necessidades especiais visitando o local, principalmente durante as feiras e exposições”, garantiram.
A assessoria desmentiu a mãe. “Não é verdade que o Parque não oferece acessos a cadeirantes ao longo de suas instalações. Especificamente na imagem feita pela autora da reclamação endereçada a cerca de 20 metros de onde foi feita a imagem pode-se conferir um acesso livre para cadeirantes. E, do outro lado do pavilhão, tem outro acesso, com rampa, tudo como manda a regra”.
Também foram enviadas fotos para redação mostrando locais com rampas.