Em audiência pública na Câmara Municipal, realizada nesta quarta-feira (22), o secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela, rebateu as denúncias de escala de plantão fictícia nos postos de saúde de Campo Grande. Segundo ele, o que acontece são eventuais faltas de profissionais.
“Não existe plantão fictício, o que existe são plantões de responsabilidade dos médicos que estão nessa função, mas ocorre que, eventualmente, alguns plantonistas acabam faltando, ficando doentes, mas eles mesmos justificam à administração a falta”, declarou.
Para facilitar a fiscalização, Vilela ainda prometeu que, a partir de hoje, a prefeitura vai divulgar os nomes de todas as equipes e horários dos plantonistas para oferecer maior transparência à população. “Aquele que não estiver no seu plantão, vai ter que responder administrativamente”.
A medida é uma resposta para a nota de repúdio do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul, que se posicionou contra “as ilusórias notícias que vêm sendo divulgadas a respeito da situação da saúde pública em Campo Grande”. “Os números não coincidem com o déficit de mais de 500 médicos, o que impossibilita o atendimento nas unidades”, destaca.
Pediatras
Em relação à falta de pediatras nos postos de saúde, que atendem em uma ou duas unidades, Vilela prometeu uma reunião com a categoria a ser realizada amanhã (23). Ele pretende negociar a volta de gratificações e fazer a redistribuição da escala, com concentração de médicos em quatro postos, enquanto tenta viabilizar a contratação de mais profissionais.
Representando o Sindicato dos Médicos, Renato Figueiredo, reforçou as denúncias contidas na carta de repúdio contra a Secretaria e enfatizou as dificuldades que os médicos da rede pública enfrenta, com longas jornadas de trabalho, falta de equipamentos e remédios nas unidades, além de estarem suscetíveis a agressões.
Por sua vez, Vilela reconheceu que o papel da secretaria é oferecer melhores condições de trabalho tanto para profissionais quanto pacientes, mas ressalvou que, como médico, também já sofreu agressões verbais e físicas. Ele justifica que os pacientes chegam às unidades já fragilizados e, diante da demora e problemas no próprio atendimento, podem reagir com violência. Para tanto, a Sesau pretende implantar um programa para melhorar o acolhimento dos pacientes.