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Campo Grande

18/02/2022 12:05

Secretário diz que 'delegado-geral pode ser afastado com investigação em curso'

Delegado atirou contra pneus do carro de uma artesã após desentendimento no trânsito; Secretário vai conversar com delegado-geral Adriano na próxima segunda

O secretário da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), Antônio Carlos Videira, disse, que "não “vai emitir juízo de valor” sobre a confusão no trânsito de Campo Grande, que envolveu o delegado-geral Adriano Geraldo Garcia e uma artesã de 24 anos. O servidor pode ser afastado ainda com as investigações em curso, caso haja indícios de ilegalidades na ação.

O caso ocorreu na noite de quarta-feira (16), e o delegado atirou três vezes contra o pneu do carro da moça que mostrou o dedo do meio a ele, minutos antes. 

Questionado se Adriano seria afastado do cargo até a conclusão das investigações, Videira disse que se houver indícios de irregularidades com a investigação em curso e pedido de afastamento, a ação será avaliada.  

“Tem um procedimento policial instaurado, foram colhidos os depoimentos dos dois. O delegado que vai conduzir as investigações concluirá o inquérito. E havendo indícios de abuso de autoridade ou outra circunstância, será aplicada as sanções. Tudo será apurado na maior transparência possível. Em relação ao pedido de afastamento, depende do curso das investigações. Se surgir algum fato que justifique que seja necessário o afastamento dentro do curso das investigações, poderá ser aplicado."

Indagado sobre como vai agir diante da situação, o secretário explicou que, por ser superior hierárquico do delegado-geral não pode emitir opinião, ou se manifestar sobre o caso antes da conclusão das investigações, pois ele é quem vai decidir sobre a situação.  

A assessoria da Sejusp também  respondeu, via nota, que o secretário não pode opinar.“Caberá ao Secretário aplicar ao Delegado-Geral a sanção de eventual infração administrativa prevista na Lei Orgânica da Polícia Civil, portanto não poderá emitir juízo de valor antes da conclusão do procedimento policial em curso, sob pena de suspeição.”

O secretário afirmou que todo o processo ocorrerá da maneira mais transparente possível com acompanhamento da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil- Seccional MS) e MPE (Ministério Público Estadual).

Segundo ele, as investigações serão rápidas. E na próxima segunda-feira (21) vai conversar com o delegado-geral Adriano Garcia.  

O caso gerou repercussão em todo o Estado, e a população no geral está criticando a atitude do delegado mesmo ele dando a versão que agiu de forma técnica.

O caso

A confusão que envolveu o delegado-geral da Polícia Civil de MS, Adriano Geraldo, na noite de quarta-feira (16), em Campo Grande, começou quando a motorista, de 24 anos, mostrou o dedo do meio para o agente após receber uma buzinada dele.

Existem duas versões para a situação, a do delegado e da artesã. De acordo com o Boletim de Ocorrência, o delegado contou que seguia pela avenida Mato Grosso, quando foi fechado pelo veículo onde estava a jovem.

Ele disse que buzinou para alertar, momento que a mulher colocou o braço para fora e mostrou o dedo do meio.

A partir daí, o delegado tentou por diversas vezes interceptar o automóvel, mas a motorista continuou fugindo. Após parar próximo de uma farmácia, a motorista quase atropelou o delegado, que efetuou três disparos de arma de fogo contra os pneus do veículo.

Ele diz que a jovem continuou fugindo, até que foi interceptada novamente por Adriano. Policiais Civis e militares estiveram no local e tentaram convencer a mulher, por cerca de 40 minutos, para que ela saísse do carro.

Ela só desceu quando uma amiga chegou e a convenceu. A motorista foi presa por desacato e o caso registrado na Depac Centro.

Na versão da motorista, ela diz que o carro afogou na pista e que ao tentar ligar recebeu a buzinada. Ela afirma que mostrou o dedo e que saiu dirigindo não percebendo que estava sendo seguida pelo delegado. Aliás, ela não sabia que se tratava de um delegado da Polícia Civil. A mulher afirmou que ficou com medo e muito assutada durante a perseguição do policial.

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