Após horas na espera enquanto seu marido chorava de dor, a auxiliar administrativa Maria Célia, de 51 anos, resolveu não se calar e denunciar o drama vivido pelo casal neste domingo (11), na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Coronel Antonino, em Campo Grande.
Célia alega que seu marido, de 55 anos, teria acordado com muitas dores e com a barriga inchada. Preocupada, a esposa resolveu levá-lo até a UPA. O casal chegou ao local às 7h da manhã, mesmo com dores insuportáveis, e cadastrado na lista considerada 'prioridade', o homem só foi atendido por volta das 10h.
"Chegamos lá e esperamos um pouco, até aí tudo bem, é normal esperar, mas ficar no aguardo por horas? Isso é uma falta de respeito. Quando percebi que o atendimento iria demorar, após uma hora de aguardo, resolvi ir até o balcão de informações e perguntar quantos médicos estavam atendendo, me informaram que eram quatro profissionais e que meu marido estava como 'prioridade'. Agora eu imagino quem não é prioridade, passa dias na espera?", disse revoltada.
Ainda de acordo com a auxiliar administrativa, quando finalmente seu esposo foi atendido, ela queria entrar na sala do médico, já que seu marido mal aguentava falar. "Ele não conseguia falar de tantas dores, queria entrar para explicar direitinho o que estava acontecendo com ele, mas os funcionários falaram que eu não entraria e ainda chamaram a Guarda Municipal para me colocar para fora do local quando eu disse que entraria sim na sala'', destacou.
Ainda de acordo com a mulher, a informação era que quatro médicos (Clínico Geral) estariam trabalhando na UPA, naquele período matutino, mas a demora de atendimento para chamar os pacientes era tão grande que Célia duvida que os profissionais teriam chegado no horário.
"Meu marido estava com pressão alta, muitas dores nos rins e ainda assim demorou. Lá tinha gente com a mão quebrada e uma adolescente chorando de dores. Não havia esses quatro profissionais trabalhando naquele momento. Após ser expulsa, aguardei informações sobre o estado de saúde do meu marido e quando ele foi liberado, por volta das 11h, é que vi um dos médicos chamando pela primeira vez um paciente, isso mesmo, seu atendimento teria que ter começado às 7 e ele começa às 11h? Eles esperam encher a recepção para atender", relatou.
A equipe de reportagem tentou entrar em contato com a assessoria da Prefeitura Municipal de Campo Grande, para saber uma resposta do município sobre o caso, mas até o fechamento desta matéria não obteve respostas.