Próximo de começar o ano letivo para alunos da Rede Municipal de Ensino em Campo Grande, um impasse com a prefeitura sobre o reajuste do piso salarial dos professores pode colocar a categoria em greve e atrasar o início das aulas.
Conforme acordado em um Termo de Compromisso assinado pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD), em fevereiro de 2022 o piso salarial dos professores da REME, com carga horária de 20h semanais, sofreria um reajuste de 33,23%, que totaliza o valor base em R$ 3.845,34.
De acordo com o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Lucílio Nobre, o reajuste é uma garantia conquistada há anos, mas que não vinha sendo cumprida.
A correção está prevista na Lei Municipal 5.411/2014. Dessa forma, foi realizada uma reunião com a vice-prefeita em exercício, Adriane Lopes, para tratar do termo de compromisso assinado pelo prefeito, sobre o piso salarial de 20 horas.
Na reunião, o secretário Pedro Pedrossian apresentou dados sobre as finanças da prefeitura, justificando o porquê de não conseguirem cumprir a lei do piso municipal para o magistério.
Entretanto, representantes do sindicato rebateram os argumentos apresentando dados sobre a evolução do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Também alegam que houve redução de custos com a logística da educação durante a pandemia, uma vez que as aulas aconteceram remotamente, e a retirada de professores das salas de tecnologias e laboratórios.
Além disso, houve, por parte da prefeitura, redução na carga horária e no salário de professores da educação especial. O reajuste do piso salarial não ocorre há dois anos.
Atualmente, um professor em início de carreira com carga horária de 20h ganha pouco mais de R$ 3 mil bruto, abaixo do que foi estabelecido pelo FUNDEB em 2020, que seria de R$ 3.349,56.
Uma nova reunião foi marcada para o dia 3 de fevereiro, quando será dada continuidade no cumprimento do acordo assinado em 2021. Dessa forma, será convocada uma Assembleia Geral Extraordinária que decidirá os rumos da negociação para 2022, podendo ser decidido, inclusive, a greve dos professores por tempo indeterminado.