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Campo Grande

18/04/2019 13:00

Racismo: empresário é acusado de roubar óculos no centro de Campo Grande

Vítima afirma que foi abordado por ser negro e possui nota fiscal do produto que utilizava no rosto

O empresário Almir Pinho, 23 anos, afirma que foi vítima de racismo na manhã desta quinta-feira (18), enquanto caminhava na Rua Marechal Rondon, no centro de Campo Grande. Ele disse ao TopMídiaNews que foi abordado por um cuidador de carro, dizendo que ele estaria sendo seguido por um instrutor de uma autoescola, identificado como Valdeci Antônio de Oliveira.

“O rapaz veio, eu achei que ele ia me pedir dinheiro, mas ele falou que o instrutor estava me seguindo porque o óculos que eu estava usando era dele. Eu estava na Marechal Rondon com a Rua 13 de maio, vi mesmo aquele homem passar duas vezes, mas não estava entendendo”, relembra o empresário.

Ao ser abordado, o rapaz afirma que foi questionado sobre o óculos que usava. “Ele disse que tinha certeza que o óculos que eu estava usando era dele, sendo que eu tenho nota dele. Ele disse que eu estava nervoso e quem não deve, não teme. Eu respondi que estava nervoso mesmo, porque ele estava falando de um objeto que me pertence, como se eu tivesse roubado. Eu nunca nem entrei no local onde ele trabalha, eu passei só na frente da autoescola e não sou um ladrão, eu sou trabalhador e tudo que tenho, é fruto do meu trabalho”.

Almir diz que acredita que foi acusado de roubo por ser negro. “É racismo, ele me abordou porque eu sou negro, foi exatamente isso que aconteceu. Eu trabalho, sou empresário, o que ele fez foi um crime. O rapaz que cuida carro foi super educado comigo, falando que o instrutor queria saber se eu peguei o óculos, já ele, veio falando que tinha certeza que era dele esse óculos”.

Após o ocorrido, o jovem se deslocou até a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro para registrar a ocorrência. “Ele vai pagar pelo que fez comigo, ele me acusou injustamente”, finaliza Almir.

OUTRO LADO

Em contato com o TopMídiaNews, o instrutor Valdeci Antônio de Oliveira, de 47 anos, nega as acusações. Explicou que em momento nenhum acusou o rapaz de ter pego o óculos. "Não acusei o rapaz de ter pego o meu óculos. Ele é do Paraguai, não custa nem R$ 50. Estava dando aula quando liguei na escola hoje me disseram que tinha um monte gente atrás de mim. Jamais imaginei que aconteceria isso por causa de um óculos de R$ 50".

Na versão de Valdeci, afirmou que havia ido ao banheiro quando teria perdido o óculos de sol. "Estava andando na rua na Marechal Rondon quando vi o rapaz e vi que o óculos que ele estava usando era muito semelhante ao meu. Ele ficou andando pela região por 35 minutos. Quando ele percebeu que eu estava olhando para ele, ele correu. Estava em atitude suspeita. Foi o menino que guarda carros que falou com ele e ele ficou nervoso. Antes, havia perguntando para o guardador se o conhecia e também, se ele era aluno da autoescola. Quando falei com ele, disse que o óculo era muito semelhante ao meu, mas não acusei ele de roubo".

E emenda: "para mim, ele está querendo tirar proveito disto. A autoescola não tem nada a ver com isso. Foi uma briga com terceiro que ele quis trazer para dentro da escola. Fui fazer boletim de ocorrência e um carro parou perto de mim e havia dois caras, eu peguei o carro e fui embora".

O homem afirmou que também deve procurar a delegacia para abrir boletim de ocorrência.

***Matéria editada às 13h02 para acréscimo de informação.

 

 

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