A falta de coleta de esgoto custa caro para muitos moradores do Jardim Los Angeles, região sul de Campo Grande. Moradora já desembolsou R$ 1 mil em cinco anos com limpeza de fossa e ainda tem o desprazer de ver o meio ambiente poluído pelos dejetos de ''todo mundo''. No final da matéria, há um vídeo que mostra o drama da contribuinte pela falta do serviço.
A reclamação de Joyce Lírio, que mora na rua Olinda de Melo, há cinco anos, foi feita no grupo do Facebook, Aonde Não Ir em Campo Grande.
''Não tem nem 1 mês que eu esvaziei as fossas e bastou chover pra elas encherem. Agora imagina todo mês desembolsar R$ 140.00, sendo que poderíamos pagar esse valor tendo um esgoto'', desabafou Lyrio.
Joyce aponta que o solo do bairro é úmido, por isso a terra da fossa não absorve a água com dejetos e causa enchimento rápido do compartimento.
''Pra variar, ainda me denunciaram para vigilância sanitária porque a fossa tava vazando na rua'', reclama novamente.
Outros moradores do bairro fizeram coro às reclamações de Joyce. Na seção de comentários eles apontaram que arcar com o custo do serviço de fossa não é nada fácil.
''Moro no Los Angeles e aqui até o pessoal do limpa fossa já conhece que o bairro é uma mina de dinheiro pra eles e um transtorno pra nós'', reclamou uma das participantes do grupo. Outra sugeriu guardar os recibos dos serviços de limpeza de esgoto.
Problema antigo
A presidente da Associação dos Moradores do Jardim Los Angeles, Maria Diva da Silva, 45 anos conta que o problema é antigo. Porém, moradores de casas financiadas pela Caixa Econômica Federal sofrem mais com o problema.
''Nas casinhas da Caixa são duas ou três casas em um lote apenas, aí a fossa enche mais rápido, não tem jeito'', relatou a liderança. Diva, que também é agente comunitária de saúde, destaca que os transtornos vão além da parte financeira.
''É mau cheiro, contamina a água e causa diarreia'', reflete Diva. Há, inclusive, briga entre moradores, já que uns entram na Justiça contra outros que esgotam a fossa na rua e prejudicam o meio ambiente.
Ela diz que alguns moradores jogam a água da máquina de lavar roupas na rua, a fim de não encher o reservatório destinado ao cocô, urina e gordura.
Maria Diva informou que já promoveu abaixo-assinado entre os moradores a fim de pedir adiantamento da chegada da rede de esgoto no bairro.
''Na Rua José Maurício, fizemos acordo com a Águas de Guariroba e conseguimos fazer em 24 parcelas de R$ 39 para um grupo de 100 moradores. Mas eles não quiseram. E para ter gratuito somente em 2021, que é a previsão da concessionária'', divulgou a presidente.
Improviso
Enquanto a solução não chega, alguns internautas sugeriram medidas ''caseiras'' para evitar o enchimento rápido dos compartimentos.
''Coloca carbureto, no máximo 2 kilos, que vai demorar uns seis meses, no mínimo, para encher. E quando encher coloca de novo''. No entanto, essa medida não é aconselhada por especialistas por falta de segurança.
Outro internauta escreveu que concretar espaços de terra em frente das casas, geralmente embaixo das lixeiras, evita que a água das chuvas umedeçam a terra próxima às fossas.
Acompanhamento
O superintendente regional do Procon-MS, Marcelo Salomão, pediu informações e disse que o órgão vai atuar no caso.
A concessionária Águas de Guariroba e a prefeitura ainda não responderam sobre o cronograma para implantação da rede de coleta de esgoto no bairro.