Após quatro anos, os moradores do bairro Jardim Belo Horizonte continuam enfrentando caos quando o assunto é a Associação de Moradores da região. A sede, que antes atendia tanto os moradores do bairro Taveirópolis, como os moradores do bairro Belo Horizonte, continua abandonada e, atualmente, serve de esconderijo para usuários de drogas, assaltantes e estupradores.
O local, que antes era coberto e fechado com cadeados, teve as telhas e portas furtadas. De acordo com o comerciante Johnathan Jara, a estrutura abandonada na Rua da Pátria coloca em risco a vida da população.
“Temos uma escola aqui na mesma rua, os alunos correm risco ao passar aqui, principalmente durante a noite. Não tem mais nada, antes tinha telha, agora levaram tudo. Serve para usuários, bandidos ficam escondidos, não nem como ver, tem muita árvore aqui em volta e fica muito perigoso”, diz o morador.
Jara destaca que uma estudante foi alvo de estupradores, mas a vizinhança conseguiu impedir o ato. “A menina vinha da escola, os vizinhos ouviram os gritos e ajudaram. Mas por pouco ela não foi estuprada aqui. Isso aqui é uma vergonha, o bairro é bom, mas esse local abandonado tira o sono de todo mundo”.
Ele explica ainda que os moradores se reuniram e limparam o local, já que o mato ultrapassa 1m de altura. “Os moradores se juntaram e limparam. Antigamente, tinha um campo de futebol aqui, o pessoa usava muito, mas agora está tudo abandonado. Meu pai que capinou aqui recentemente por isso está assim, porque estava pior”.
Ao caminhar dentro da estrutura abandonada, o TopMídiaNews encontrou lixo acumulado, que comprova a movimentação de pessoas na sede abandonada. “Tem marmitex aqui, mas isso aí já é do pessoal da Energisa que para aqui para comer e descansar, e descarta tudo aqui. O que também não deveria acontecer. Eles podem usar, até porque de dia faz uma sombra muito boa aqui, mas deixar sujo é complicado”.
Johnathan afirma que a população já entrou em contato com a prefeitura da Capital, que informa que em breve será feita limpeza no local. “Eles só falam isso, não pensam em utilizar a sede para algo em benefício da população. Aqui antes tinha festa junina, o espaço era dos moradores, mas agora está assim. Ninguém faz nada, nem limpeza fazem aqui, se os moradores não se virarem, nada muda aqui”.
Início do caos
De acordo com o comerciante, a situação piorou após uma eleição, onde ele foi procurado por dois homens, que diziam fazer parte do grupo do atual presidente. "Eu ia montar uma chapa para concorrer à presidência, porém eles nos chamaram para conversar e decidimos montar chapa única, com o Walter Massulo como presidente e eu como vice. O resultado é que a chapa venceu, é claro. No dia da posse cheguei ao evento e constatei que meu nome, bem como de outros membros da chapa foram retirados do documento oficial, sem qualquer satisfação", alegou Jara.
Indignado, Jara relembra que a primeira ação do presidente, na época, foi demolir o prédio alegando que o local passaria por reformas. “Utilizei as últimas quatro telhas para fechar a porta do prédio abandonado que estava servindo de esconderijo para malandros e usuários da região. Quando foi um dia, um homem chegou ao local e retirou as telhas que sobraram, fui questioná-lo e ele me afirmou: comprei do Massulo”.