Em meio a um mês recheado de comemorações importantes para deficientes auditivos, o “Setembro Azul” também serve de reflexão para pontos que entristeceram aqueles que já desfrutaram de serviços importantes oferecidos em Mato Grosso do Sul. Professor tradutor e intérprete, Valdir Balbueno, 40 anos, destaca que fechamento do Ceada (Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação) prejudicou diversas famílias no Estado.
“Algo que aconteceu ano passado que, infelizmente, não foi muito positivo. Tivemos o fechamento do Ceada que era a única escola de surdos Mato Grosso do Sul e referência no Brasil. Ano passado o governo fechou porque entende, na visão política, que os surdos não deveriam mais se estabelecer nos centros e sim nas escolas. Isso traz benefícios sim, mas muito mais do que incluir o aluno no ensino regular comum, o Ceada era o ponto de encontro das famílias no que dizia a aquisição de linguagem”, afirma Valdir.
Professor lamenta fechamento do Ceada - Foto: André de Abreu
Conforme Valdir, o Ceada oferecia apoio para famílias que descobriam a deficiência de crianças. “Quando uma família descobre que tem filho surdo, ia para lá. Crianças a partir dos seis meses de vida. Descobriu a surdez, viu o grau e terá que aprender língua de sinais para se comunicar. Era o ponto de encontro das famílias, tinha psicólogo, fonoaudiólogos, tradutores interpretes, além de professores bilíngues”.
O professor afirma que, com o fechamento, as famílias ficaram sem amparo. “E agora manda para onde? Não adianta mandar para creche. O Ceada ensinava a língua para crianças. Agora vem a pergunta, onde as crianças aprenderão a língua de sinais? Nossa indagação é essa agora. Eram referências, uma vez fechado, muitos surdos foram dispensados e prejudicados”.
Governo do Estado
O TopMídiaNews entrou em contato com o governo do Estado, mas até o fechamento desta matéria, nenhuma resposta foi encaminhada.
* Matéria alterada às 11h24 para correção de nomenclatura