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Campo Grande

há 5 meses

Preso revela ameaça ao delatar comparsas por fraudes em Sidrolândia: 'sua mãe vai chorar'

Réu por esquema milionário contou o que sabe ao Ministério Público de MS

Thiago Basso da Silva, ex-servidor da Secretaria da Fazenda, em Sidrolândia, fez delação premiada com o Ministério Público do MS. Ele contou o que sabe sobre fraudes em licitações em troca de redução de pena. Porém, diz ter recebido ameaças de morte dentro da cadeia quando ainda avaliava se iria fazer a colaboração premiada. 

Conforme o relato dado a promotores de Justiça e na presença de advogado especializado, Silva contou que dividia cela com Uerverton Macedo, conhecido como ''Frescura'' além de um réu chamado de ''Roberto''. Os três foram levados, inicialmente, para o Presídio de Trânsito na Capital. 

Na cadeia, Thiago detalha que Frescura pediu tranquilidade a ele, dizendo que em 15 dias todos estariam soltos. No entanto, diz ter percebido que as acusações seriam graves e a permanência no cárcere seria longa. 

''Quando falei da possibilidade de fazer delação ele [Frescura] ficou alterado. E disse: 'Se você delatar, sua mãe vai chorar primeiro que a minha'', contou o ex-servidor sobre as ameaças de morte. 

Basso ficou amedrontado e revelou que Ueverton Frescura era conhecido de vários presidiários e que muitos deviam favores a ele. O delator também contou que ele e os demais presos receberam visitas de um advogado. O defensor teria dito a eles que a defesa de todos estava sendo patrocinada por uma pessoa e que não deveriam se preocupar. 

O espaço está aberto às defesas dos citados. 

Thiago foi coagido a não delatar, diz réu por corrupção

                     Claudinho Serra foi apontado como mentor de esquema de fraudes (Foto: Reprodução Câmara)

Operação 

A Operação Tromper, deflagrada na manhã de quarta-feira (3), investiga fraudes em contratos que somam cerca de R$ 15 milhões entre empresas e a prefeitura de Sidrolândia. Na terceira fase da investigação, foram cumpridos oito mandados de prisão e 28 de busca e apreensão.

A ação é realizada pelo Ministério Público, por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Sidrolândia, do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Segundo o Ministério Público, o Gecoc ratificou "a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais".

Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica.
A operação contou com o apoio operacional do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar, além da assessoria militar do Ministério Público. "Tromper", verbo que dá nome à operação, traduz-se da língua francesa como 'enganar'. 
 

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