O prefeito Marquinhos Trad, PSD, acionou a Procuradoria-Geral de Justiça, nesta sexta-feira (2), em Campo Grande, para questionar o envio de 160 mil doses de vacinas da Janssen somente para cidades da região de fronteira.
Segundo o gestor da Capital, a prefeitura de Campo Grande não é contra a vacinação nas cidades da fronteira, mas o estudo nas 13 cidades que fazem fronteira com Paraguai e Bolívia só poderão ter uma conclusão dentro de dez ou 12 anos.
Sendo assim, causaria injustiça aos demais 66 municípios que não vão receber as doses.
No entendimento do prefeito e do secretário municipal de Saúde, José Mauro Castro, a divisão das doses deveria ser proporcional à população das cidades, como vem sendo feito desde que os imunizantes chegaram ao Estado.
‘’A gente não consegue entender, principalmente num momento que está faltando vacinas no nosso Estado. Estamos vendo filas de carros com pessoas com medo de acabar as vacinas. Por que só esses 13 municípios?’’, explicou Marquinhos.
Marquinhos destaca que o estudo na fronteira deveria ser feito somente em um momento de sobras de vacinas e não de escassez.
‘’Inclusive deixando de fora os três maiores municípios do Estado com maior número de casos e de óbitos. É algo que a gente não consegue entender’’, lamentou o prefeito.
‘’Nós não somos contra os 13 municípios, somos a favor dos 79. Tem pessoas que estão morrendo, tem pessoas precisando dessas vacinas’’, acrescentou.
Trad destacou que se as doses da Janssen, que são de dose única, fossem distribuídas proporcionalmente, Campo Grande estaria vacinando pessoas com até 25 anos.
Após a entrega do pedido ao Procurador-Geral de Justiça, Alexandre Magno Benites de Lacerda, o prefeito Marquinhos Trad saiu da reunião com esperança que, pelo menos parte das doses enviadas às cidades de fronteira retornem para Campo Grande e outras cidades.
‘’A gente buscou o MPE que luta por justiça social. Por isso saímos daqui com a convicção que a justiça será feita, ou seja, será repartida proporcionalmente’’, celebrou o prefeito.
O secretário José Mauro também saiu animado do encontro e acha que, com parte das doses, será possível imunizar pessoas na faixa dos 30 anos, que atualmente são as que mais pegam a doença e também morrem.