O valor da cesta básica em Campo Grande (MS) fechou o mês de agosto em R$ 714,60, representando uma redução de 3,03% em comparação a julho, segundo levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Para uma família de quatro pessoas, o custo chegou a R$ 2.143,80. Apesar da queda mensal, no acumulado do ano, a variação foi de 2,42%, enquanto, nos últimos 12 meses, o aumento foi de 3,31%.

Entre os alimentos que mais impactaram o bolso do consumidor, o destaque foi a banana, que subiu 8,41% em agosto, completando três meses de alta consecutiva. A produção de banana-prata foi afetada por fatores climáticos e pela manifestação de uma doença conhecida como mal-do-panamá, o que pode reduzir ainda mais a oferta. Em 12 meses, o preço da banana acumulou uma alta de 8,24%.

Outros itens também registraram aumento em agosto, como o café (3,38%), que está em alta há cinco meses consecutivos, além da farinha de trigo (1,80%), arroz agulhinha (0,97%) e açúcar cristal (0,25%). Em 12 meses, apenas a farinha de trigo apresentou queda significativa, com retração de 10,87%.

Por outro lado, alguns alimentos in natura tiveram queda expressiva no mês. A batata registrou a maior queda, de 29,04%, após quatro meses de alta. Apesar disso, a variação acumulada em 12 meses é de 81,16%, com o preço médio do quilo passando de R$ 3,98 em agosto de 2023 para R$ 7,21 neste ano. O tomate também registrou retração no preço, com queda de 6,96% no mês e de 27,89% no acumulado de 12 meses.

O leite de caixinha (-3,62%) e a manteiga (-3,30%) também apresentaram redução nos preços em agosto. A manteiga, vendida a R$ 13,82 em embalagens de 200 gramas, interrompeu a sequência de altas observadas até então. O pãozinho francês teve uma queda mínima de 0,06%, mesmo com o aumento no preço da farinha de trigo, principal insumo.

Os preços do feijão carioquinha (-2,58%), carne bovina (-2,47%) e óleo de soja (-0,58%) reverteram as altas observadas em julho. Em relação ao ano anterior, a carne bovina acumula uma queda de 2,66%.

Em agosto, o trabalhador de Campo Grande precisou dedicar 114 horas e 50 minutos de sua jornada mensal para adquirir a cesta básica, uma redução de 1 hora e 51 minutos em relação a julho. O comprometimento do salário mínimo líquido caiu para 54,71%, contra 56,43% no mês anterior.

A queda no preço de alguns alimentos aliviou o orçamento dos campo-grandenses, mas a alta persistente da banana e de outros produtos essenciais mantém o custo elevado para muitas famílias.