"Praticamente mataram meu neto", diz Anderson Oliveira, de 38 anos, indignado porque o neto Isak morreu após a mãe implorar por uma cirurgia cesariana e aguardar por horas na Maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande.
A filha de Anderson, a jovem Larissa Araujo dos Santos, 20 anos, esperou por quase 14 horas para realizar o parto do filho. Ela fez o pré-natal corretamente e estava com 40 semanas de gestação.
A parturiente chegou a enviar mensagem para o pai: “Pai, por que não fazem essa cesariana logo?”.
O pai está chocado com a morte do neto e explicou sobre a ida da filha a Maternidade.
"A minha filha deu entrada na Maternidade na madrugada de domingo, às 1h30 da manhã. A bolsa já tinha estourado e, por negligência deles, o meu neto veio a óbito. Ele estava com a saúde abençoada, a gente não entende. Quando foi 11h30, ela pediu para o médico fazer a cesária e nada. Eles ficaram tentando induzir o parto normal. Foram fazer a cirurgia era 17h49 e meu neto nasceu morto. Estamos todos em choque", diz Anderson Oliveira, que cobra justiça e providência para que os culpados sejam punidos.
Oliveira diz que a tentativa de indução ao parto normal foi o que causou a morte do bebê. Ele reclama ainda que o médico que estava no plantão no período da manhã de domingo não quis conversar com a família. A médica do período da tarde teria dito a Anderson que também não havia entendido os motivos de não terem feito a cesária.
"A médica da tarde disse que não entendeu. Eles ficaram tentando induzir o parto normal, mas na verdade mataram o meu neto."
Burocracia
Anderson Oliveira foi na Delegacia de Polícia Civil do Centro, mas não quiseram registrar boletim de ocorrência. Ele diz que o delegado o orientou a procurar o Conselho Regional de Medicina, para fazer a reclamação, para que o CRM faça a investigação e, se houver necessidade, o registro de ocorrência.
Larissa continua internada na Maternidade após perder o filho.
O que diz a Maternidade
Questionamentos foram encaminhados a Maternidade que afirmou em nota assinada pelo diretor técnico Bruno Veit Neto, que "posteriormente será aberto sindicância para apurar os fatos ocorridos."
(Atualizada às 12h22 para acréscimo da resposta da Maternidade)