Grupo de motoristas de aplicativos não vai trabalhar nesta quarta-feira (17), em Campo Grande. Assim como em algumas cidades do País, eles vão cobrar respeito e melhores condições de trabalho das empresas de mobilidade, como a Uber e 99 Pop.
Durante todo o dia, os aplicativos ficarão desligados a fim de reduzir o lucro e pressionar as grandes empresas.
Os trabalhadores alegam que todos os apps cobram taxas abusivas das corridas – as principais cobram 30% - e que estão sem reajuste há cinco anos.
Outra falta de respeito por parte das empresas, dizem os motoristas, é que as plataformas os obrigam a bancar descontos aos passageiros, o que torna a atividade praticamente inviável. Somando aos constantes aumentos da gasolina, a situação é alarmante, garantem os trabalhadores.
‘’Precisamos ajudar os motoristas que trabalham mais de 15 horas todos os dias para levar o sustento da sua casa, que nos últimos meses tem visto todos os dias a sua única fonte de renda ser destruída... ‘’, dizem os organizadores do protesto em nota.
Outras reclamações contra as plataformas são de exclusão de motoristas do aplicativo, sem justificativa e direito de defesa e assédio e outros tipos de violência durante as viagens
‘’Estamos escrevendo esta carta alertando a todos, caso não aconteça uma mudança significativa nas condições de trabalho, a categoria motorista de aplicativo estará inviabilizada, nossos motoristas não terão condições mínimas de prestar um bom trabalho... ‘’, lamentam os condutores.
Durante uma semana, motoristas de Campo Grande protestaram contra o aumento da gasolina. Eles paravam em postos e abasteciam apenas cinquenta centavos e exigiam a nota fiscal. Os eventos chegaram a contar com cerca de 300 motoristas.
Procurada pela reportagem, a 99 POP declarou que "está aberta ao diálogo e prioriza a melhoria contínua dos ganhos dos motoristas parceiros. Nesse sentido, a empresa viabiliza parcerias e condições especiais nos preços dos combustíveis, manutenção de carros e aluguel com agências para reduzir os gastos dos parceiros. Um exemplo disso é o desconto de 5% em postos Shell".
"Estamos acompanhando de perto o movimento de alta dos combustíveis e abertos ao diálogo com motoristas e governo para construir uma solução que seja benéfica para todos. Entendemos que nossa contribuição deve ser reduzindo o custo que os parceiros e parceiras têm e trazendo mais eficiência para suas rotinas", finaliza.
A Uber não se manifestou.