Enfrentado os desafios com a suspensão da Lei do Piso Salarial, a enfermagem da Santa Casa de Campo Grande seguem com outro problema, a estagnação salarial. Para chamar atenção do hospital e da prefeitura pelo entrave do reajuste dos salários, os profissionais realizam uma manifestação nesta terça-feira (20).
Diante do impasse, os trabalhadores da Enfermagem decidiram pelo protesto. A concentração será às 8h, na frente do hospital, na Rua Eduardo Santos Pereira. Dalí, seguirão, até a Prefeitura, momento em que a categoria solicitará reunião imediata com a prefeita da capital.
O presidente do SIEMS, Enfermeiro Lázaro Santana, destaca que desde o início do ano o SIEMS (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Mato Grosso do Sul) busca a negociação com o hospital, mas não houve avanços.
A Santa Casa alega necessitar da contratualização com a prefeitura para viabilizar o reajuste. O SIEMS já havia procurado a prefeitura para abordar sobre a situação, sem respostas, na quinta-feira (15). "Em mais uma tentativa, notificamos o órgão municipal, com ofício destinado à prefeita Adriane Lopes", destaca Lázaro.
Na quarta-feira (21), a enfermagem do Estado estará em paralisação por Piso Salarial. Em um movimento unificado, mobilizações da enfermagem em todo país farão uma paralisação por 24h por meio de Assembleia Geral Permanente.
O objetivo é defender a implementação da Lei 14.434/22 e pressionar o Congresso Nacional e o governo federal para apontarem as fontes de custeio do piso salarial da Enfermagem. Durante todo o dia, a Enfermagem atenderá através da operação tartaruga, no entanto, os atendimentos de urgência/emergência serão mantidos, para evitar falta de assistência aos pacientes.
Em Campo Grande, a Assembleia começará na quarta, às 7h, em frente à Santa Casa. A categoria está articulada e promete participar expressivamente.
Piso Salarial
O Piso Salarial da Enfermagem passou a vigorar por meio da Lei nº 14.434, em 4 de agosto de 2022. Foi criado de forma constitucional, por meio de aprovações no senado federal, câmara federal e presidência da república.
No entanto, no início de setembro, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Barroso, suspendeu a lei por 60 dias, exigindo esclarecimentos sobre impactos financeiros dentro deste período. Em votação de plenária, a maioria dos Ministros do STF concordaram com a manutenção da suspensão.
O presidente do SIEMS, Enfermeiro Lázaro Santana, explica que o movimento é para pressionar os parlamentares do país, para apresentarem, com máxima urgência, a forma de custeio para a aplicação do Piso Salarial.
“A Enfermagem está correndo contra o tempo, nossa lei existe sendo elaborada de maneira constitucional, lutamos e muito por um Piso Salarial e conquistamos honestamente, por meio de muita articulação. Não vamos desistir e vamos avançar com muita coragem, a categoria da Enfermagem já mostrou sua força durante o momento crítico da pandemia, não recuaremos agora, pois os profissionais merecem um salário digno para sustentarem suas famílias”, destaca o presidente do SIEMS, Enfermeiro Lázaro Santana.
Os pisos estabelecidos pela lei são: Enfermeiros: R$ 4.750, Técnicos de Enfermagem: R$ 3.325 e Auxiliares de Enfermagem: R$ 2.375