Pausa temporária na produção de gás natural em São Paulo pode fazer com que a usina termelétrica Wiliam Arjona, em Campo Grande, use óleo diesel. Se isso ocorrer, o custo da produção de energia elétrica pode subir e ser pago pelo consumidor.
Conforme a Folha de São Paulo, o polo de produção de gás natural do Mexilhão, na Bacia de Santos, fará uma parada para manutenção por 30 dias. Isso deve comprometer ainda mais o fornecimento do gás, que já vive problemas na distribuição, e obrigar as termelétricas a usarem o diesel, mais caro.
Outras termelétricas no País já sofrem com a falta do combustível. Inclusive, na terça-feira (17), o Governo Federal já pediu à Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, que autorize o uso do óleo diesel como substituto do gás.
Ainda segundo a Folha, a Agência já autorizou a substituição da fonte na Termoceará, que estava parada pela falta de insumo. Com a mudança, o custo de geração da usina passa a ser de R$ 1.551 por MWh (megawatt-hora), mais do que o triplo dos R$ 431 atuais.
Campo Grande
A Aneel também avalia pedido da Delta Energia, empresa responsável pela usina William Arjona na Capital. Essa unidade foi reativada em julho, para gerar energia e evitar colapso no abastecimento.
O problema, segue a reportagem, é que, antes mesmo de faltar o gás natural, a William Arjona já é considerada a usina mais cara do País, com custo R$ 1,7 mil por MWh. Isso quando foi inaugurada.
A Delta Energia informou ao jornal que a operação com óleo diesel não vai encarecer o custo da energia, que seria mais barata. A térmica da capital de MS foi inaugurada com custo de geração de R$ 1.741 por MWh, mas hoje está em R$ 2.075 por MWh. Segundo a empresa, a alta acomoda elevação no preço do gás.
Além da William Arjona, a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética, do governo, destacou que térmicas no MT, PR e RJ correm risco de ficar sem gás.