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Campo Grande

02/06/2021 21:53

Por doenças graves, juiz põe Fahd Jamil em prisão domiciliar em Campo Grande

Ele terá de entregar o passaporte e pagar fiança de R$ 990 mil

O juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, concedeu prisão domiciliar a Fahd Jamil Georges, considerado um dos criminosos mais perigosos da fronteira Brasil Paraguai. A decisão se pautou no estado de saúde do réu e foi divulgada nesta quarta-feira (2). 

Conforme a decisão, o magistrado concordou com a tese da defesa, que diz que, além da avançada idade (79 anos), o ‘’Barão da Fronteira’’, sofre de diversas comorbidades, entre elas problemas respiratórios graves. O risco de contrair a covid-19 também foi levado em conta. 

A defesa também relatou que, em 26 de maio, Fahd passou por cirurgia de angioplastia com stent para evitar acidente vascular cerebral no preso. 

Roberto Ferreira também observou relatório da Secretaria de Segurança Pública, que relatou que o sistema prisional de MS não tem condições de promover atendimento de saúde adequado ao preso. 

Ainda segundo o relatório do magistrado, o Ministério Público Estadual opinou pela prisão domiciliar, desde que cumpridas uma série de condições. 

O magistrado determinou que Jamil receba tornozeleira eletrônica, entregue seu passaporte e que cumpra a prisão domiciliar em Campo Grande. A fiança para o réu ficou em R$ 990 mil, bem diferente dos dez milhões de reais sugeridos pelo MPE. Ele também não pode se comunicar com nenhum outro investigado ou corréu da Operação Omertà. 

“Quanto ao tema da prisão domiciliar, a defesa de Fahd Jamil sempre confiou na atuação técnica e justa do Garras, Gaeco, IMOL  e do Judiciário, todos tendo atuado de maneira eficiente e isenta para garantir direito previsto em lei, o que é muito positivo. Agora nosso cliente  cuidará da saúde, ao lado da família e dos amigos, pessoas que nunca lhe faltaram, sem prejuízo de continuar à disposição das autoridades em geral e de se defender regularmente nos processos existentes”, destacaram os advogados Gustavo Badaró e André Borges.

Prisão

Fahd está preso em uma cela do Garras, em Campo Grande, quando se entregou em 20 de abril. Ele morava em Ponta Porã e é acusado de chefiar uma milícia armada na fronteira, responsável por assassinatos de rivais. 

Quando estava solto, Fahd precisou fugir da polícia e de membros de uma facção criminosa, que promoveu uma série de assassinatos na fronteira para conquistar o domínio na região, marcada pelo tráfico de drogas. 

A Fahd Jamil é atribuída a ordem para assassinar o ex-policial militar, Ilson Figueiredo, ocorrido em Campo Grande. Os executores foram capangas de Jamil Name, que mantinha relação de troca de favores com Fahd. 

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