A Polícia Civil, através de seu delegado-geral Lupérsio Degerone Lucio, anunciou a abertura de uma investigação para apurar as falhas no atendimento prestado a jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, que foi assassinada pelo ex-noivo, Caio Nascimento. Feminicídio ocorreu nesta quarta-feira (12).

O caso gerou repercussão após a divulgação de um áudio em que Vanessa relata o tratamento recebido na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), onde se sentiu desamparada. Em sua fala, o delegado-geral reforçou a solidariedade da Polícia Civil à família da vítima e reafirmou que a corporação está e sempre estará ao lado das vítimas e seus familiares.

"A Polícia Civil está e sempre estará ao lado da vítima e de seus familiares. Extergamos nesse momento difícil a nossa solidariedade aos familiares e amigos da vítima", afirmou Lupérsio.

O delegado acrescentou que, por orientação do governador Eduardo Riedel e do Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, foi instaurado um procedimento para investigar as circunstâncias desse atendimento na delegacia especializada. Além disso, Lupérsio informou que uma reunião foi realizada com o Tribunal de Justiça do Estado para aprimorar as medidas de proteção e o atendimento às vítimas de violência doméstica.

"Tivemos uma reunião no Tribunal de Justiça do Estado, visando o aprimoramento, o aperfeiçoamento no atendimento às vítimas no âmbito da delegacia, desde o primeiro momento até o posterior deferimento das medidas protetivas, com o fim de dar mais celeridade na execução desse atendimento, evitando dessa forma que situações como essa, resultando na morte, venham a ocorrer".

A morte de Vanessa, que ocorreu após ela ter sido encaminhada para casa pela delegacia sem o apoio necessário, levantou críticas sobre a forma como os atendimentos são realizados na Casa da Mulher Brasileira. No áudio, Vanessa expressa a sensação de que seu agressor estava sendo protegido pela polícia, fato que gerou indignação.

Após ser golpeada com três facadas no peito, ela foi socorrida, mas faleceu por volta das 23h55, após uma cirurgia. O autor do crime, Caio Nascimento, está preso e tem um histórico de violência doméstica com 11 passagens pela polícia.

O caso ainda segue em investigação, enquanto as autoridades buscam aprimorar os mecanismos de proteção às mulheres no estado.