Maior operação policial do ano, com certeza, e quem sabe da história de Mato Grosso do Sul, a Omertá tem que tomar cuidado. A análise é de que seus responsáveis devem se manter adequadamente dentro dos limites legais sob o risco de um 'solta geral' lá na frente.
Jurista consultado pelo TopMídiaNews e que preferiu não se identificar, avalia que a Operação Omertà, do Gaeco e da Polícia Civil, tem semelhanças com a Lava-Jato e igualmente pode ter decisões anuladas. Uma das críticas é quanto ao tempo de prisão preventiva, que na operação nacional teria sido mantida para forçar colaborações premiadas.
Conforme o advogado, as revelações do The Intercept Brasil mostraram que houve imparcialidade da Força-Tarefa com a Justiça, o que é ilegal. O site mostrou conversas e decisões de promotores de Justiça compartilhadas com o então juiz Sérgio Moro.
O profissional alerta que, todo cuidado é bem-vindo, já que, assim como na operação nacional, tudo pode ser discutido e anulado. O medo da identificação mostra isso, já que o conteúdo da investigação aponta para uma intricada rede que promovia assassinatos em MS.
Na Omertà, os empresários Jamil Name e o filho, Jamil Name Filho, tiveram prisão preventiva decretada e todos os pedidos de liberdade foram negados até o momento. O advogado Renê Siufi, que defendeu pai e filho até pouco tempo, avalia que as prisões foram ilegais e que houve excessos.
Sobre uma suposta ''forçação de barra'' para que investigados façam a colaboração premiada, o jurista disse que isso é uma prática comum ''hoje em dia'', mas não é legal.
''Todo mundo hoje faz isso, é uma maneira ilícita de investigar e de prender as pessoas. Não deveria ser assim''
''Se eles [Omertà] tiverem repetindo tudo isso aqui, o mesmo sistema, tudo pode ser anulado'', garantiu o profissional do direito.