''Acho que cometeram um equívoco''. Esse é o trecho inicial da nota do vereador Ademir Santana Delmondes, do PSDB, divulgada à imprensa, logo após prestar depoimento à força-tarefa da Operação Omertà, em Campo Grande. Ele é investigado por ameaças a um desafeto da família Name.
O vereador propôs, aos investigadores, fazer uma acareação entre ele e o empresário José Carlos de Almeida, que o acusa de ser motorista da família Name e de ter levado ele e a esposa para uma sessão de tortura psicológica por parte de Jamil Name Filho, em meados de 2012.
Segundo o relato de Almeida, Ademir foi até a casa dele e o ameaçou. Na condição de motorista, Ademir teria o conduzido até a casa da família Name, onde foi obrigado a ceder um imóvel para pagar uma dívida que disse não ter feito com Jamilzinho.
No local relatado pelo empresário, Jamilzinho, acompanhado de capangas armados, o forçou a ceder um dos imóveis dele para pagar a dívida. Um dos presentes na sala segurava um taco de beisebol envolvo a um arame farpado, fato que foi constatado pela perícia nas investigações.
"...nunca fui motorista [da família Name] e tampouco pratiquei os crimes que estão alegando. Mas confio em Deus, no trabalho da polícia e na Justiça, estando à disposição para qualquer esclarecimento e com a consciência limpa’’, escreveu o vereador, que tenta a reeleição.
Ademir Santana foi alvo da operação Snowball, que significa ‘’bola de neve’’ em inglês. O nome da investigação, que é um braço da Omertà, se refere às dívidas que José Carlos acumulou depois de pedir empréstimos a Jamilzinho, a juros exorbitantes.
O parlamentar, que teve dois imóveis alvos de busca e apreensão, foi ouvido pelo Garras e liberado.