Mato Grosso do Sul não é exceção em levantamento que mostra que pessoas negras são as maiores vítimas de homicídio no Brasil. O Atlas da Violência, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que 63% das mortes foram dessa parcela da população no estado em 2017, último ano do levantamento divulgado nesta quarta-feira (5).
Foram 418 vítimas negras, enquanto 237 eram de outras etnias em MS. Em todo o país, a população negra representa 75,5% do total dos homicídios, a maior proporção da última década.
Considerando-se apenas os jovens do sexo masculino entre 15 e 29 anos, o estado tem uma das menores taxas do crime contra negros, ficando atrás de São Paulo e Santa Catarina. Homicídios de mulheres também diminuíram 24% entre 2016 e 2017.
O levantamento aponta que em 2017 viviam 1.469.485 pessoas negras em Mato Grosso do Sul, do total de 2.713.147 habitantes.
País
O documento mostra que, entre 2007 e 2017, a taxa de negros assassinados aumentou 33,1%, enquanto a de não negros foi de 3,3%. O estudo usa a definição do IBGE para definir as classificações de não negros como os brancos, amarelos ou indígenas.
Os cinco estados com maiores taxas de homicídios de negros em 2017 foram o Rio Grande do Norte, com a taxa mais alta, 87 mortos a cada 100 mil habitantes negros, mais do que o dobro da taxa nacional, seguido por Ceará, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.
São Paulo apresentou a menor taxa, com 12,6 negros a cada 100 mil habitantes deste segmento; Paraná, com 19; e Piauí, com 21,5.