Um grupo de mulheres que pertencem ao MST (Movimento Sem Terra) de Mato Grosso do Sul realizou uma concentração no Sintracom, na manhã desta quarta-feira (8), para protestar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma da Previdência. De acordo com a diretora estadual do MST, Cindy Galber, 20 anos, igualar a idade das mulheres e homens através da reforma, é um retrocesso para a sociedade.
"As mulheres diariamente já executam dupla jornada, elas trabalham fora, cuidam de casa e agora essa questão de aposentar aos 65 anos, prejudica diretamente", afirma Cindy.
A diretora destaca que a ideia é seguir em passeata para a frente da sede do INSS, dando continuidade ao processo, que segundo ela, não vai prejudicar a jornada de trabalho dos funcionários do local, levando em consideração que a população que é atendida no INSS aguarda meses para passar por perícia.
"Não vamos impedir o trabalho deles, até porque as pessoas que estão no local hoje, aguardam muito tempo para fazer perícia e temos consciência disso. Vamos fazer um protesto pacífico, para chamar a atenção da sociedade para esse verdadeiro absurdo que o governo tenta implementar", afirma Galber.
Para Atiliana Brunetto, que faz parte da coordenação nacional do MST, igualar o trabalho das mulheres que atuam no campo com aqueles que trabalham na área urbana, é mais uma prova de retrocesso do país.
"Eles estão jogando fora anos de luta, lutamos para conquistar os diretos que estão previstos na Constituição de 1988 e agora, querem mudar afetando toda a sociedade. Muitas mulheres exercem até mesmo tripla jornada, batalham e agora tem a idade para aposentadoria igualada a dos homens, essa é a verdadeira prova de que o Brasil está voltando no tempo, jogando a nossa luta no lixo", afirma Atiliana.
O grupo de protestantes afirma que o evento não tem hora para ser finalizado e permanecem na frente da sede do INSS na Capital.