Mulher de 29 anos denunciou um pastor evangélico de 51 anos à Polícia Civil, depois de várias situações de assédio, em uma igreja na rua Triângulo Mineiro, Jardim Macaúbas, em Campo Grande. Ele teria a agarrado e beijado à força, além de enviar fotos do pênis.
Conforme o relato da vítima, o caso ocorreu na tarde de 4 de fevereiro. Ela foi limpar um cômodo nos fundos da igreja, a convite do pastor e da esposa dele. O ataque teria ocorrido assim que a mulher foi ao mercado comprar sabão.
‘’Ele me abraçou e me manteve abraçada...aí começou a querer me beijar e dizia: ‘me dá uma bitoquinha?’. Só que eu virava o rosto e ele alcançava apenas a bochecha...’’, detalhou a vítima. A mulher se disse chocada, já que o homem é muito próximo da família, era carinhoso com ela e sempre a chamava de ‘’filha’’.
Ainda segundo o relato, nos dias seguintes ela ficou assustada, mas teve de fingir que nada ocorreu. Na sequência, ele passou a enviar mensagens no aplicativo WhatsApp.
‘’No começo eram só figurinhas, gifs (fotos animadas)’’, diz a vítima. Mas depois o tom mudou e ele passou a sinalizar que queria falar sobre sexo.
A vítima contava o caso apenas para a irmã, que sugeriu a ela fingir que estava aceitando o assédio para coletar provas. É o que foi feito. A fiel passou a responder as mensagens, quando ele pediu fotos do corpo dela. Ainda orientada pela irmã, a jovem pegou fotos aleatórias de seios e decotes na internet e enviou ao pastor. Em uma das ocasiões, ele retribuiu com uma foto de cueca. Depois, mandou a foto do pênis.
‘’Um membro da igreja viu as fotos e reconheceu o piso do banheiro onde ele tirou a foto do pênis’’, garante a fiel assediada.
O pastor, segue a denunciante, usava a estratégia de mandar fotos e mensagens e, segundos depois, apagar, para não deixar rastro. No entanto, ela baixou um aplicativo que recupera as mensagens deletadas. Depois de conseguir as provas, o assédio foi revelado aos pais, que ficaram chocados.
‘’Minha mãe está melhorando...no começo não conseguia nem levantar...meu pai não tem condições de encontrá-lo, se não dá um tiro nele’’, lamentou a jovem.
A denúncia se espalhou para a igreja e a vítima disse ter sido procurada por outras meninas que também sofreram abuso, mas não tiveram coragem de denunciar, em razão do suspeito ser o líder do Ministério.
‘’Só quero que ele pague...não só por mim, mas por todas as vítimas...são 16 no total. Não saio de casa. Não sei o que ele pode fazer...me atropelar, sequestrar...’’, desabafa.
Entramos em contato com o pastor, que, a princípio disse desconhecer qualquer acusação contra ele. Instantes depois, admitiu que ''está sabendo de alguma coisa'', inclusive dos prints. No entanto, pediu para conversar com o advogado e retornar depois.
Questionamos se ele esteve com a vítima no dia citado por ela e ele respondeu que só deixou a jovem junto da esposa dele e saiu. Também perguntamos se, já tendo ciência das acusações, por quê não foi à polícia denunciar a falsa acusação, mas ele disse que ''não quis''.
A denúncia foi feita na Delegacia Especializada da Mulher em Campo Grande. Caso haja denúncias sobre o caso, basta entrar em contato com o (67) 9 9826-0686.