Os cerca de 700 mototaxistas que atuam em Campo Grande reclamam do alto preço do mototaximetro, que custa R$ 950, e será obrigatório para todos dentro de 180 dias. O sindicato que representa os profissionais alega que testou diversos aparelhos, mas somente um resistiu e foi aferido pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia).
De acordo com a tesoureira do Sindimototaxi, Idelúcia Boaventura, há dois anos o sindicato procura pelo aparelho, mas o ideal só foi encontrado agora, porém só existe uma fabricante no mundo inteiro. Ela acrescenta que Campo Grande é a única cidade do país a promover a instalação do aparelho.
''Fizemos teste com outro, mas não durou 40 dias'', relata. Ela contou que o preço, de R$ 950, é 'salgado' e que está todo mundo está reclamando, mas não tem outro jeito. ''A gente torce para outra empresa aparecer, para ter concorrência, mas por enquanto é isso. Esse valor será possível parcelar em até 12 vezes '', afirmou a sindicalista.
(Mototaximetro é apresentado aos profissionais na prefeitura - Foto: PMCG)
Segundo o Sindimototaxi, 50 aparelhos já estão encomendados para a Sufab, empresa que vai produzir os mototaximetros, cuja sede no Brasil fica na cidade paulista de Cerquilho. Porém não há previsão de quando esses produtos cheguem à cidade. Ainda conforme o sindicato, o aparelho é pequeno, ficará acoplado no guidão da moto e não oferece nenhum risco à bateria da motocicleta.
Dúvidas e reclamações
Os mototaxistas ouvidos pela reportagem concordam com o decreto que exige o mototaximetro, e dizem que o aparelho vai propiciar transparência para atividade. ''Nem sempre o preço é igual para o mesmo trajeto, então isso vai facilitar'', comentou o mototaxista Paulo, que atua no centro da Capital.
Porém, a maioria deles disse estar em dúvida quanto a aquisição da peça e também sobre o valor. ''Por enquanto só estamos sabendo pelos jornais''.
Outro profissional da área, que não quis se identificar, também tem muitas dúvidas e ouviu falar que em Goiânia tem o aparelho.
Douglas Fabiano, 31, atua no ponto da Rua 15 de Novembro, quase esquina com a Avenida Calógeras, e também reconhece a necessidade do mototaximetro, mas alerta que alto preço do aparelho vai refletir no preço da passagem. ''O preço vai ser repassado e cair no bolso do consumidor'', disparou.