Os motoristas de aplicativo de Campo Grande devem aderir uma paralisação no dia 17 de março, para reivindicar melhores na plataforma e melhorar o lucro financeiro dos trabalhadores.
De acordo com Alfredo Orlando Machado Palhano, 35 anos, que atua como motorista de aplicativo há dois anos, a intenção é chamar a atenção para três pontos que dificultam o desempenho do serviço prestado.
“As reivindicações são características de cada cidade, a nossa aqui, é baseada em três exigências: a primeira é o fim da modalidade Uber Promo e 99 polpa, implantadas desde o final do ano passado, as plataformas criaram essa modalidade e reduziram o valor das corridas para os passageiros, mas essa redução afetou diretamente o pagamento dos motoristas. Ao invés da empresa arcar com a redução que ofereceu, ela repassou o desconto para o condutor”, diz o trabalhador.
“A composição valor da corrida do passageiro é km, mais tempo de viagem, mais porcentagem que a plataforma cobra para agenciar a corrida, intermediando entre passageiro e motorista, geralmente fica em 35%. Desde novembro, eles reduziram o repasse do motorista e detalhe, pegaram essa redução e tiraram dos trabalhadores".
"Uma coisa que tem que ficar clara, não queremos que aumente o valor para o usuário, queremos que a empresa deixe de ganhar tanto e passe a entender o lado do trabalhador. A empresa tirou dos trabalhadores, antes o motorista ganhava 1,25 por km rodado, que é a composição tempo e distância percorrida, hoje estamos ganhando, 0,85 por km rodado", complementa.
Segundo explica, houve redução de 39% no valor repassado ao motorista.
"Só no combustível, nos últimos meses, tivemos aumento de mais de 30%. Hoje, a média que motorista roda é de 6 mil km mês. Nessa modalidade promo e polpa, o motorista paga, tirando custo de combustível, carro, seguro veicular, ainda gasta mais 60 reais”, explica o condutor.
Outro ponto importante, segundo o trabalhador, é a questão do reajuste.
“Precisamos de reajuste, já estamos há cinco anos, desde 2016 operando em Campo grande, sem reajuste. Já teve reajuste para passageiros em algumas situações, pagam a mais, mas isso não chega para motorista, recebemos 11 centavos por minuto rodado, mesmo valor desde o início”.
Além disso, o motorista destaca o valor alto do combustível. “Esse terceiro ponto envolve toda a sociedade, que é a redução do combustível”.
“Quando falamos de reajuste do valor, a sociedade acha que queremos prejudicar a sociedade, queremos que as empresas façam repasse justo”, finaliza o trabalhador.