O motorista de transporte de crianças que cometeu racismo com uma cliente em Campo Grande, não é transportador escolar, não possui Van e trabalha de forma particular.
O presidente do Sindicato dos Transportadores Escolares da Capital, Rodrigo Aranda Armoa, esclareceu que ele não é registrado para o serviço e a família contratou o trabalho dele por conta.
Segundo Rodrigo, desde a pandemia, o número de trabalhadores no transporte escolar diminuiu, com isso, aumentou o número de pessoas que prestam o serviço de forma particular.
"Estamos defasados na região do Jardim Uirapuru, onde ela solicitou o serviço do motorista e houve o racismo. Entendemos que essas pessoas também precisam trabalhar, mas deixamos claro que não tem ligação certificada com os trabalhadores do transporte escolar", explicou.
A mulher de 26 anos foi vítima de racismo ao tentar contato com um fornecedor de serviços de transporte de criança na última quinta-feira (23), e receber, de volta, ofensas vindas do motorista.
Segundo informações do boletim de ocorrência, ela teria tentado falar com o homem que exigiu pagamento adiantado, mas disse a ele que não faria pix adiantado, por já ouvir falar de diversos golpes anteriormente, e que realizaria o pagamento após a prestação do serviço.
Como resposta, ela recebeu um áudio do homem, afirmando que ele se sentia ofendido, pois não era golpista, que era "de idade" e que nunca havia aplicado golpe em pessoa alguma, e a conversa se encerrou ali.
Entretanto, no sábado (25), a vítima teria recebido um áudio do homem, com ofensas racistas. "Você é uma macaca, pode mandar para onde você quiser, preto macaco feio, não tem direito na sociedade. Vocês tinham que sumir, a gente não trabalha com gente do tipo de vocês."
Em outro áudio, ele diz: "E aí, família de gorila, macaca, já falou com o advogado, já? Volta para floresta".
Uma testemunha chegou a perguntar ao homem o que havia acontecido e qual era o motivo de tanta ofensa, ao que o homem apenas respondeu, com uma mensagem, dizendo para ela procurar um advogado.
O caso foi registrado como injúria racial e será investigado.