A chegada dos moradores da favela “Morro do Mandela’, na rua Jorge Budib, em Campo Grande, anda ‘tirando’ o sono dos moradores do bairro Izabel Garden. Eles acreditam que, após a instalação das famílias na região, o bairro se tornou ainda mais violento e já foi cenário de troca de tiros e mortes.
Um aposentando de 60 anos disse ao TopMídiaNews que a região tem confusão diariamente. “De dia, de noite, a hora que for tem confusão desse pessoal aqui. É horrível. Esses dias mesmo, veio um pessoal para cortar a energia deles, eles fizeram um bloqueio, é meio que sem lei, eles fazem o que querem”.
O comerciante destaca ainda que, durante os finais de semana, muitos jovens aproveitam um matagal na rua Miguel Freitas para fazer o uso de entorpecentes. “Fica perigoso aqui, tem moleque em cima da árvore, tem no meio do mato, tem de tudo quando é lado. Eles ficam fumando maconha aqui, fica perigoso, minha esposa tem muito medo de ficar aqui sozinha”.
Uma outra moradora, de 65 anos, que residente no local há mais de 20 anos, explica que uma briga já gerou mais de dez disparos de arma de fogo no período da tarde. “Foram mais de dez tiros, só dava gente correndo, eles brigaram por uma mulher e ficam disparando que nem loucos, em tempo de acertar um de nós”.
A mulher explica que os moradores da favela tumultuam as ruas. “Somos reféns deles, se eles fossem embora daqui seria um alívio. Eles não respeitam ninguém, é triste isso”.
Um eletricista de 44 anos, que também optou por não se identificar, destaca que a prefeitura deveria pensar nos moradores do Izabel Garden e retirar a favela da região. “O prefeito tinha que pensar na gente e não neles. Colocaram essas famílias aí, tem que tirar, acabar com favela, aqui só conseguimos falar com políticos em período de eleição, esse ano eles passam, fazem mil promessas e depois vão embora e daqui quatro anos aparecem de novo”.
Prefeitura
O TopMídiaNews entrou em contato com a prefeitura da Capital, que informou que não existe previsão de atendimento aos invasores da área pública batizada como Favela Mandela. “A Agência Municipal de Habitação informa que, no momento, não há previsão de atendimento aos invasores da área pública citada, já que esta localiza-se aos fundos da antiga favela Portelinha, beneficiada anteriormente com moradias no conjunto habitacional Ary Abussafi e Gregório Corrêa em 2014”.
Conforme a prefeitura, os invasores da região serão punidos. “Eles podem ficar inabilitados de participar dos próximos programas habitacionais por até dois anos, conforme estabelece a Política Municipal de Habitação, Lei Complementar nº 109 do dia 21 de dezembro de 2007 (POLHIS) do município de Campo Grande. Todos os esforços da EMHA encontram-se neste momento em direção à viabilização de mais unidades habitacionais de interesse social, a fim de atender as mais de 42 mil pessoas que aguardam, de maneira legal, a oportunidade de uma moradia digna.”.
Sobre os disparos de arma de fogo, a prefeitura afirma que já informou a Guarda Municipal que deve encaminhar o problema para a Polícia Militar.