Urias Fonseca Rocha, militante de esquerda, confessou, em mensagem de áudio, que faz pesquisas eleitorais por conta própria, em Campo Grande, o que é vedado pela lei eleitoral. O áudio gravado por ele circulou nos grupos de WhatsApp nesta quinta-feira (29). O fato, ilegal, gera multa de até 106 mil reais.
O ativista, que já depôs na Polícia Federal por sugerir a morte de juízes que condenassem o ex-presidente Lula, em 2018, garantiu que, em suas pesquisas, Kemp tem 20% das intenções de voto e, portanto, estaria rumo ao segundo turno das eleições municipais.
‘’As pesquisas em Campo Grande são fraudadas. Eu fiz minha própria pesquisa e nela o Kemp tá com 28% e o Marquinhos com 38%’’, garantiu Urias.
O comentário sobre a pesquisa ocorreu em fala onde Urias defendeu Pedro Kemp, flagrado em vídeo agredindo a candidata à vereadora pelo PT, Kala Cânepa. No vídeo, Kempo berra no ouvido de Cânepa por ela ter criticado o modo de distribuição do fundo partidário aos candidatos.
Não conseguimos contato com Urias, mas o espaço está aberto para manifestação do citado.
O que diz o TSE
As pesquisas de opinião pública relativas às Eleições 2020 ou aos seus pretensos candidatos devem ser previamente registradas na Justiça Eleitoral até cinco dias antes de sua divulgação, por meio do Sistema de Registro de Pesquisas Eleitorais (PesqEle).
A regra, que começou a valer no dia 1º de janeiro, é disciplinada pela Resolução nº 23.600/2019.
Pesquisa eleitoral é a indagação feita ao eleitor, em um determinado momento, sobre a sua opção a respeito dos candidatos que concorrem em uma eleição.
A resolução prevê a aplicação de sanção às empresas responsáveis pela divulgação de pesquisas sem o prévio registro das informações constantes de seu artigo 2º, entre elas: o nome do contratante; o valor e a origem dos recursos despendidos; a metodologia e o período de realização do levantamento; e o questionário completo aplicado ou a ser aplicado. A multa prevista é de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00.