A secretaria estadual das mulheres do PT-MS publicou uma carta aberta após divulgação sobre o estupro dentro do diretório do partido, em Campo Grande. O crime teria ocorrido em uma festa na sede, no último sábado (27).
O PT Mulher reafirmou que "o acusado de estupro, violador dos direitos das mulheres, deve ser expulso do partido imediatamente". E que a vítima terá apoio e solidariedade através do partido.
O nome da vítima e do suposto abusador seguem mantidos em sigilo, para preservação da mulher, que pode acabar identificada.
A legenda afirmou que, diante do caso de assédio sexual ocorrido no encontro da juventude petista, as mulheres do PT vão a público dizer que:"Mexeu com uma, mexeu com todas".
"Reafirmamos nossa luta contra o patriarcado e gritamos não é não! Não daremos nenhum passo atrás na luta contra o machismo!".
Abafou o caso
Apesar do "abafamento" do caso no partido por uma semana (clique aqui para ver), a secretaria diz que a legenda foi a primeira a pautar a luta feminina.
"O PT é um partido de lutas, e nós, mulheres petistas, temos orgulho de dizer que somos parte do primeiro partido que estabeleceu a paridade entre homens e mulheres. Temos orgulho de dizer que, quando estivemos nos governos, implementamos políticas públicas de combate a violência e promoção da igualdade
de gênero."
A carta afirma ainda que o PT Mulher sabe sobre os problemas do machismo na sigla. "No entanto, nunca negamos que o machismo estrutural assola as estruturas da política, dos partidos políticos e que nosso partido não está livre deste enfrentamento."
O PT Mulher segue a carta discorrendo sobre a luta pelos espaços de poder, a violência diária sofrida pelas mulheres e a luta contra o machismo estrutural, ainda que as militantes não estejam livres das violências.
No final de semana, líderes do PT como Zeca do PT evitaram comentar o caso, e posterior a isso o partido divulgou nota. A vereadora Camila Jara informou que "está dando todo apoio jurídico, psicológico e emocional para a vítima. Por questões de segurança, o texto indicou que a atuação está sendo discreta para preservar a mulher, principalmente pelo lado emocional que estaria bastante abalado após o episódio."
Derrubar estruturas
Segundo a carta, mesmo com a construção de história de luta e avanços na pauta, "temos consciência que derrubar as estruturas do patriarcado é uma luta que não nos dá direito ao descanso e, portanto, seguiremos unidas no enfrentamento ao machismo."
"Seguiremos unidas na luta contra toda tentativa de violação dos nossos direitos e conclamamos sociedade como um todo a buscar incansavelmente novas atitudes que vislumbre uma sociedade com equidade de gênero."
Clique aqui e veja a carta na íntegra.