O homem de 41 anos que promoveu um verdadeiro show de ofensas contra um casal homoafetivo na tarde do último sábado (10), em um hipercenter que fica na rua Brilhante, em Campo Grande, não responderá pelo crime de homofobia. O autor chegou a ser encaminhado para a delegacia, mas foi liberado e responderá por outras situações.

Uma fonte ouvida pelo TopMídiaNews esclareceu que o casal que se sentiu ofendido deixou o local momentos antes da chegada da equipe da Polícia Militar, e, por isso, não houve como realizar a denúncia de homofobia.

Conforme noticiado pela reportagem, os suspeitos e as vítimas estavam na praça de alimentação do estabelecimento. Vários frequentadores presenciaram quando um "homem de meia-idade" passou a apontar para os dois homens homossexuais em voz para todo mundo ver e ouvir.

"Os dois se sentiram humilhados, saíram de lá e chamaram a Polícia Militar", relatou uma testemunha que acompanhou tudo de perto. No entanto, a saída do casal impossibilitou que a denúncia pudesse ter sido realizada e o homem responder pelas ofensas gratuitas e consideradas homofóbicas. Mesmo assim, o autor foi detido pela polícia.

Ainda conforme os novos detalhes apurado pela reportagem, ele responderá em liberdade apenas pelos crimes de desacato, ameaça e resistência, que constam no boletim de ocorrência. O homem e um amigo, de 31 anos, que também foi enquadrado nos mesmos itens, assinaram um termo circunstancial e foram liberados.

O episódio envolvendo a dupla se estendeu por mais alguns momentos pelo fato do homem ter ameaçado o funcionário de uma choperia que fica dentro hipercenter. A polícia tentou intervir pedindo para que o cliente deixasse o estabelecimento após pagar a sua conta, mas ele alegou que não teria meios financeiros para quitar a dívida.

Assim, ficou combinado com a gerente, conforme o boletim de ocorrência, que ele voltaria em outra ocasião para acertar a pendência, mas que o homem passou a causar mais confusão desrespeitando as ordens dos policiais, assim como seu amigo, que alegou ser primo de um coronel da Polícia Militar e que os dois fariam os militares perderem a sua farda.

Entre xingamentos e ameaças, a dupla finalmente deixou o estabelecimento no camburão da polícia, sendo entregue para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol. A ação da polícia foi aplaudida por testemunhas. 

“O que eles fizeram causou indignação, não só pelo que eles fizeram com os meninos, mas também por desacatarem e ameaçaram os policiais, que estavam o tempo todo sendo educado com eles”, relatou uma testemunha. 

O caso, como não foi considerado uma prisão em flagrante, resultou em apenas uma considerada advertência e o termo, mas que os dois autores responderiam em liberdade, sem passar a noite na prisão.