A médica Beatriz Padovan Vilela, que atendia na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Moreninha quando postou nas redes sociais que só daria alta para paciente que fosse votar em Jair Bolsonaro (PSL), está respondendo duas sindicâncias por causa do conteúdo postado.
Apesar de aparecer no quadro de profissionais da saúde municipal como médica temporária, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) abriu uma sindicância para investigar a postura de Beatriz. Conforme a Secretaria, o processo administrativo foi aberto na mesma semana que ocorreu o caso e a médica já apresentou justificativa por escrito sobre o ocorrido.
A Sesau tem um prazo de aproximadamente 60 dias para finalizar o processo administrativo e decidir se a médica sofrerá alguma punição. Ela ainda não foi ouvida formalmente sobre o caso.
O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM/MS) também abriu sindicância contra a médica. O órgão chegou a divulgar nota defendendo que a “entidade é uma autarquia federal sem posicionamento ou direcionamento político, sendo assim, a denúncia sobre a médica será encaminhada para o setor responsável para análise dos fatos”.
Lei
O Conselho Federal de Medicina caracteriza o comportamento como antiético e passível de advertência, em maior ou menor grau. Conforme o Código de Ética da Medicina, o profissional tem direito a exercer a profissão sem ser discriminado opinião política ou de qualquer outra natureza, mas também de não fazer o mesmo com um paciente.
O caso
Beatriz ficou conhecida após fazer uma postagem polêmica nas redes sociais no dia 27 de outubro, véspera do segundo turno das eleições. No Facebook e no Instagram, a médica fez check-in na UPA da Moreninha, nitidamente declando apoio ao presidente eleito Jair Bolsonaro. “Hoje é dia de maldade. Perguntar pro paciente em quem vai votar antes da alta. Dependendo da resposta, alta só segunda!! #B17 É dessa vitamina que o povo brasileiro precisa!", escreveu.
Após a polêmica se espalhar, Beatriz excluiu as redes sociais.