Com medo de ter o ‘barraco’ demolido, a diarista Camila Pereira dos Santos, 31 anos, afirmou ao TopMídiaNews que mais de 50 famílias estão em pânico em uma área que pertence a prefeitura no Polo Empresarial Oeste, próximo ao Indubrasil na Capital. Ela afirma que, na manhã desta quarta-feira (18), alguns homens se apresentaram como técnicos da Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana) e informaram às famílias que máquinas estariam a caminho para fazer a demolição dos barracos construídos na área.
Camila afirma que, por não ter condições de pagar aluguel, construiu uma peça com um banheiro e divide o cômodo com um guarda-roupa para dividir com os filhos. Ela mora no local com o esposo, o enteado e os três filhos. A moradora destaca ainda que trabalha como diarista, mas como encara uma gravidez de risco, não pode exercer o trabalho.
Conforme Camila, os técnicos avisaram que os barracos serão ‘destruídos com gente ou não’. “Eu estou grávida de sete meses e o médico falou que não posso trabalhar, tenho que ficar em repouso para não colocar a vida do meu bebê em risco. Os técnicos falaram, tendo gente ou não, todos serão demolidos. Eles disseram que não querem saber, que receberam ordem para derrubar e vão demolir. Perguntamos se existe uma ordem judicial para retirar as famílias daqui, eles disseram que não, apenas ordens superior”.
Ela relembra que, há um mês, assinou documentos reconhecendo que estaria residindo em uma área da prefeitura, mas no texto não dizia que as famílias seriam despejadas. “Assinamos um documento reconhecendo que estamos na área da prefeitura, mas não falava que seríamos despejados. Os próprios técnicos que tiveram aqui há um mês falaram que não era para despejo, era apenas reconhecendo que estamos aqui”.
Sobre uma solução para o impasse, a moradora afirma que as famílias querem legalizar a situação e pagar uma taxa pelo terreno ocupado para o prefeito Marquinhos Trad (PSD). “Queremos legalizar a nossa situação, queremos uma taxa que conseguimos pagar, eu tenho inscrição nos programas da prefeitura já há dez anos e até agora não saiu uma casa. Queremos legalizar ou então que o prefeito disponibilize casa para todos terem moradia. Não tenho condições de pagar aluguel, eu quis vim para esse local com a minha família”.
Além disso, Camila afirma que, há duas semanas, máquinas estiveram no local e demoliram barracos que foram construídos e não tinham imóvel dentro. “Eles derrubaram os que estavam vazios, sem móveis dentro. Falaram que iam demolir e foi isso que fizeram”.
O TopMídiaNews entrou em contato com a prefeitura, mas até o fechamento desta matéria nenhuma resposta foi encaminhada.