O passado de crimes de um educador físico, que atua com crianças, foi descoberto por mães em Campo Grande. Com isso, o profissional foi obrigado a encerrar todas as atividades e agora promete ir embora da cidade.
Segundo relato de uma mulher, o profissional dá aulas de educação física para crianças de 3 a 15 anos, em vários locais, tendo grande clientela no condomínio de luxo Damha. Os serviços dele também incluíam natação, recreação infantil e colônia de férias.
Essa mulher, que não foi identificada, teve acesso à denúncia do Ministério Público Estadual de Rondônia, contra o educador. O documento mostra que, entre 2008 e 2009, ele praticou atos libidinosos contra seis crianças, de cinco a doze anos, em diferentes ocasiões. Diante disso, a mãe fez um alerta às demais e pediu cuidado.
‘’Este homem está atuando em CG como recreador de crianças. Foi condenado e preso por estupro de 5 crianças. Hoje ele está cumprindo pena em liberdade provisória’’, diz trecho do alerta.
Essas mensagens passaram a circular há dois dias em grupos de WhatsApp. Com isso, mães e pais questionaram o professor, que se viu obrigado a parar tudo.
Versão
Em contato com o educador físico, ele reconheceu que foi processado em Rondônia, mas nega qualquer tipo de estupro e fala em ‘’importunação’’. Ele disse que à época era menor de idade, mas, segundo a denúncia do MP-RO, quando dos crimes, ele tinha 19 e 20 anos.
O professor evitou falar sobre o contexto da acusação, que o levou à prisão. Diz que fez um acordo com as famílias e que o processo nem existe mais.
‘’Uma mãe disse que viu eu mostrando meu órgão genital para o filho. Por isso é que eu fui acusado’’, relembrou o educador.
Em 2019, conforme decisão da Justiça do Paraná, o professor foi liberado de usar tornozeleira eletrônica porque progrediu para o regime aberto. No entanto, não se sabe se a decisão se refere ao caso de Rondônia.
Atividades
O profissional diz que é formado em educação física e, por causa da pandemia, passou a oferecer serviço de festas infantis e atividades físicas para todos os tipos de público, o que, claro, inclui crianças.
O homem garante que atuava em toda a cidade, mas tinha no Dahma uma boa clientela. Ele destacou que o negócio deu certo e que nunca cometeu nenhum tipo de crime na Capital.
‘’Sempre atendi em locais públicos e sempre tinha mães, pais e babás perto das crianças. Nunca ficava sozinho com elas, até porque eu coordenava uma equipe de professores que ficavam com as crianças.
O professor diz que foi bastante questionado, mas que um bom número de mães o apoiou e disse que lamentava ele ter encerrado as atividades. Questionado pela reportagem se colocaria o filho em uma escola onde o professor foi denunciado por abuso de menores, o educador respondeu:
‘’Não vejo problema nenhum. Se eu conhecesse a pessoa, soubesse da índole, como as pessoas me conhecem, colocaria sim, sem problemas’’, disse o profissional.
O homem, que pediu para não ser identificado, enfatiza que encerrou as atividades e que não vai mais atuar com crianças. Além disso, vai embora da cidade, mas não sabe quando.
‘’Talvez eu volte para Rondônia, onde eu tenho família. Não sei, estou perdido e tenho medo de acontecer alguma violência contra meus familiares’’, refletiu.