Após viver dias de lágrimas e angústia com o falecimento de Gabrielly Ximenes, 10 anos, a mãe da menina, Betriz Ximenes, 39 anos, resolveu mudar de residência e a família agora reside em outra casa do bairro Nova Lima, em Campo Grande.
Ela afirma que a lembrança da filha era muito forte na casa antiga e, agora, as duas filhas voltaram a dormir em um quarto separado da mãe.
“Não é todo dia, mas agora elas já conseguem dormir no quarto. Às vezes ainda dormem comigo, mas agora é menos. Na outra casa, elas não queriam dormir nenhum dia no quarto que elas dividiam com a Gabrielly”, relembra a mãe.
Com dor no coração, Beatriz decidiu doar as coisas que pertenciam a filha. “Doei tudo no dia em que mudamos. Na verdade, quem doou foi a minha sogra, ela que fez isso porque eu não conseguia mexer nas coisinhas dela”.
A mãe afirma que, em nenhum momento, a família foi procurada pelos responsáveis das crianças suspeitas de terem agredido Gabrielly na saída da escola, sete dias antes do falecimento da menina. “Ninguém procurou a gente, nem da família das meninas e nem da escola. Minha filha mais velha teve que voltar para a escola depois da morte da Gabrielly, porque ainda não tinha terminado o ano, mas lá também ninguém falou com ela sobre o assunto”.
A demora para sair o laudo que deve apontar as causas da morte da criança também entristece a mãe, já que 60 dias se passaram. “Já fez dois meses que perdemos ela e até agora a polícia não concluiu o laudo. Eles sempre falam que vai ficar pronto quando procuramos eles, mas até agora nada. Estamos angustiados porque esse documento não sai”.
A delegada responsável pelo caso, Ariene Murad, afirma que o documento será concluído ainda nesta semana. “Até semana que vem teremos uma resposta. O laudo demora para ficar pronto porque é um exame muito detalhado, diversos órgãos são analisados, tecidos, para descobrir o que de fato aconteceu”.
O caso
Gabrielly Ximenes Souza foi agredida por três colegas na escola Lino Vilachá, no bairro Nova Lima, no dia 29 de novembro de 2018. Duas adolescentes de 14 anos e uma criança de 10 anos são suspeitas de terem espancado Gabrielly no local.
A menina foi submetida à cirurgia, mas não resistiu e veio a óbito às 6h30 daquela quinta-feira.