Um jovem quase morreu com apendicite, ao receber diagnóstico errado de pedras no rim, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, em Campo Grande.
O erro foi parar no grupo Aonde não ir em Campo Grande. A namorada do rapaz descreveu o desespero vivido pelo casal no dia, a demora no atendimento e as informações erradas do diagnóstico.
O caso aconteceu na segunda-feira (8), a jovem conta que o namorado chegou na UPA passando mal com dores intensas e sintomas de apendicite.
A demora começou desde o momento do cadastro para triagem, até ser chamado para a mesma. "Chegamos às 8h48 e só fomos cadastrados na triagem às 9h09 e ele só foi chamado para triar às 11h", começa a publicação da jovem.
Vendo a agonia do namorado ao se contorcer de dor na cadeira, ela questionou a demora para passar na triagem e recebeu uma resposta grosseira do enfermeiro.
Minutos depois o jovem passou pela triagem e explicou que os sintomas eram de apendicite, mas foi colocado em classificação verde, com demora de até 120 minutos para atendimento.
"Eu não sabia o que fazer, ele sentindo dor, e muita gente lá não sendo chamado, a hora não passava nunca, e 13h20 ele foi atendido pelo médico. Não pude entrar com ele, mas na sala contou tudo o que sentia e que era sintomas de apendicite", explica.
Segundo relato do rapaz para a jovem, o médico encostou no local da dor apertando e disse ser pedras no rim. O rapaz foi medicado e liberado para casa.
"Passamos na farmácia para comprar remédio, fui no mercadão comprar chá de quebra pedra para ajudar, quando foi19h28 ele entrou no quarto passando muito mal, uma tremedeira, dizendo que tava com muito frio, peguei o termômetro e ele tava com 38.7 °C", narra a jovem.
O desespero começou quando a febre em poucos minutos passou para 42.1 °C. A irmã do rapaz foi chamada e ele encaminhado para o Hospital da Cassems, onde deu entrada já em emergência e constatado a crise de apendicite.
"Não tinha nada de pedra no rim, era na apêndice, fomos informados que ele precisava passar pela cirurgia urgente pois tava prestes a estourar. Ele foi encaminhado para a Santa Casa onde realizou a cirurgia as pressas", detalha.
Indignada, a jovem finaliza a postagem criticando a demora no atendimento da UPA, em uma emergência, e o diagnóstico que quase resultou na morte do rapaz.
"É um absurdo você chegar na UPA, ficar mais de 6 horas para a pessoa que diz ser médico, só encostar no local da dor e dizer que é pedra no rim. A gente tratando como se fosse e não estava adiantando nada", desabafa.
A reportagem entrou em contato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) para apurar a demora no atendimento e erro do médico.
Em resposta a secretaria informou que está apurando o ocorrido e se houve eventual falha ou não no atendimento do paciente.
"Cabe esclarecer que os profissionais seguem protocolos de acolhimento, triagem e atendimento que estabelecem os fluxos. A triagem observa o quadro atual do paciente, com base no seu relato e histórico de saúde, sendo autonomia do profissional estabelecer o nível de gravidade, de acordo com todos os critérios citados anteriormente", informou a Sesau.
A saúde municipal reitera ainda que o paciente foi devidamente acolhido, passou por atendimento e foi medicado, sendo liberado após melhora do quadro.