Alguns presos da Casa do Albergado, na Vila Sobrinho, em Campo Grande estariam entrando no local com drogas e armas brancas, segundo um morador da região, que não quis se identificar por medo de represálias.
O local é destinado aos presos beneficiados com a progressão do regime. Eles passam o dia fora (trabalhando por exemplo) e voltam apenas para dormir, no horário das 19h.
“Ali ta feio, são quatro agentes para cuidar 400 presos. Eles não dão conta de revistar todos. Os moradores ficam reféns daqueles que são bandidos e usam o ‘alibi’ de que está preso a noite para cometer crimes. Ali é um entra e sai danado, é muito perigoso”, disse o morador.
Ele afirma ainda, que alguns internos saem do local após o horário estabelecido e que a movimentação e pessoas que entram com facas e até arma de fogo são comuns.
“Além dos mala que entram e saem sem controle algum, alguns deles ficam nas praças ao redor do bairro fazendo comercialização e uso de entorpecentes. O ladrão sai de lá de madrugada, comete o ilícito e tem o alibi de que estava preso. Eles colocam em risco não só a vida deles como de terceiros. Entram com tudo que imagina.”
O internauta também enviou imagens de uma abordagem no local e teme pela segurança do bairro.
O que diz a Agepen
A situação foi encaminhada a assessoria de comunicação da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), que informou que o Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado de Campo Grande possui capacidade para 364 presos e atualmente está com 230 internos pernoitando no local, ou seja, está utilizando apenas 63% da capacidade de vagas. A Agepen nega a entrada de armas de drogas e diz que todos passam por revistas diárias.
"Conforme decisão judicial, 254 presos cumprem pena em regime domiciliar, em razão da pandemia.
Importante destacar que todos os apenados passam por revista diária para adentrar ao local, com uso de detector de metal e revista corporal feita por servidores penitenciários, complementando o procedimento.
Em caso de flagrante com algum material ilícito, se for caracterizado como crime, o interno é conduzido à Delegacia de Polícia Civil para registro de ocorrência e providências cabíveis. Além disso, um Procedimento Administrativo Disciplinar também é aberto, e informado ao juízo de execução.
A Agepen também ressalta que todos os protocolos de biossegurança estão sendo adotados, assim como, em outras unidades penais e assistenciais da Agepen, como aferição de temperatura, disponibilização de álcool em gel, lavatório com água e sabão líquido, obrigatoriedade de uso de máscaras faciais nas dependências da unidade penal, limpeza diária do local, entre outros."