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Campo Grande

30/07/2019 07:00

Indenização de R$ 50 mil por erro médico faz justiça e 'derruba' corporativismo médico

Bebê de oito meses foi operada sem necessidade e morreu após procedimento

Decisão judicial que condenou o Hospital Regional em Campo Grande a indenizar a mãe de um bebê, em R$ 50 mil, morto após erro médico, quebra paradigma e afronta o corporativismo médico que impera por aqui. O Conselho Regional de Medicina, no entanto, se cala e nada comenta sobre os profissionais que atuaram no caso, ocorrido em 2012. 

Conforme decisão da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, em março de 2012, uma bebê de oito meses recebeu vários diagnósticos e foi operada sem necessidade, até ser descoberto que era acometida de leishmaniose visceral. 

A publicação diz que a criança chegou à unidade de saúde em bom estado, apesar de febril. Ela estava com dificuldade em evacuar. Dos vários diagnósticos errados, um era de "nó na tripa que entrou no anel do estômago". 

Depois da cirurgia, segue o TJ, a mãe da bebê foi informada que não se tratava daquilo que havia sido inicialmente diagnosticado, mas sim de infecção. Também houve indicação que ela teria hepatite e anemia. Porém, após a cirurgia, a pequena sofreu uma parada cardíaca e veio à óbito. 

A condenação do hospital em primeira instância foi de R$ 20 mil. Segundo a advogada que defendeu a mãe da criança, Natália Vilela Borges, a defesa recorreu do valor, que chegou a R$ 50 mil. 

A defesa do HR alega ausência de nexo causal entre o procedimento adotado e os danos mencionados, ou seja, a morte da criança. 

O que diz o CRM 

O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul, responsável por apurar condutas dos profissionais informou, por meio da assessoria, que o órgão não pode informar se há apuração contra os médicos do caso. 

O silêncio, apesar do interesse público, se mantém mesmo após condenação em segunda instância, já que, segundo a entidade, as apurações do CRM são distintas da Justiça.  

A reportagem informou ao CRM o nome de dois profissionais pediatras, cujos nomes constam no processo, mas ainda não tivemos resposta.  

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