"Era uma pessoa sorridente e que gostava de ajudar todo mundo". Assim era Moisés Luis da Silva Oliveira, de 22 anos, vítima de atropelamento no dia 26 de abril de 2018. A descrição é do irmão, o auxiliar de almoxarifado Felipe Luis da Silva Oliveira, de 22 anos.
Moisés foi arremessado a 55 metros de distância do local do acidente ocorrido no cruzamento da Avenida Ceará com a Euclides da Cunha, no bairro Santá Fé, em Campo Grande.
Após um ano, Felipe relata que ainda não está fácil viver sem o irmão. "É difícil porque foi um baque muito grande, principalmente para a família. Cheguei a mudar de endereço [do Jardim Itália, onde dividiam a casa]", conta.
Os irmãos moravam com o pai na Bahia e vieram para Campo Grande morar com a mãe. "Depois, a minha mãe mudou-se para Dourados e a gente foi morar junto aqui em Campo Grande [...] Mas aonde quer que eu vá, sempre lembro dele. Da gente sair junto, de lembrar de algo que certamente a gente riria juntos. Fica aquela sensação de que a qualquer momento ele vai retornar, mas daí cai a ficha de que ele não vai".
Com a relação ainda fresca na memória, o jovem descreve o irmão com carinho. "Era uma pessoa sorridente, de bem com a vida. Ele colocava todo mundo para cima, sempre alegrando todo mundo. Era uma pessoa sorridente e gostava de ajudar todo mundo".
Sentimento de impunidade
O irmão relata que, até o momento, espera por uma posição do Ministério Público Estadual, onde segundo ele, o caso não foi levado à Justiça. "Está tudo parado, a gente não sabe se há um processo porque o caso nem foi denunciado. Só o inquérito policial levou seis meses para ser concluído".
"Para nós fica o sentimento é de impunidade. O rapaz que atropelou o meu irmão está solto, pagou fiança de R$ 28,6 mil e foi solto após a audiência de custódia e antes do enterro do meu irmão. Foi solto por não ter antecedentes criminais, residência e emprego fixo", comenta.
Na sexta-feira (26), quando completa um ano o caso, o irmão planeja realizar um protesto em frente ao Ministério Público Estadual, ao lado do Fórum de Campo Grande, às 9 horas.
"Lá teremos como objetivos: falar sobre a conscientização no trânsito para que as pessoas pensem muito ao estar no controle da direção. E depois, para o poder público não entender que foi apenas mais um. Para a família é uma perda irreparável. E depois, se tem justiça neste Estado, que se faça o andamento do processo, lá está como homicídio culposo, mas nós entendemos que foi doloso e qualificado, uma vez que teve dolo eventual ao motorista assumir a direção embriagado", finaliza.
Ministério Público Estadual
Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério Público Estadual informou que "verificado a solicitação, ainda não consta nada referente ao caso do jovem Moisés Luis da Silva Oliveira, por isso o Ministério Público não ofereceu denúncia. Como também não consta nada no SAJ do TJMS, acreditamos que ainda esteja sob investigação policial".
***Matéria editada às 8h13, do dia 24/04/19 para correção de informação.