Servidor público aposentado, de 68 anos, morador da região sul de Campo Grande, também foi vítima de violência originada no trânsito caótico da cidade. E o pior é que recebeu ameaças via celular e teve de registrar boletim de ocorrência. 

Segundo ele, o suspeito que passou a enviar diversas mensagens em seu WhatsApp o ameaçando, dizia haver sido fechado no trânsito, pelo carro do idoso. O suspeito fez um levantamento de dados e sabia até onde o idoso morava.

“I ae fi [sic] de biscate, vou ensinar você a andar direito e a respeitar as pessoas no trânsito, além de tomar umas coronhadas na cara, esse seu carro vai virar cinza”, dizia uma das mensagens.

Porém, o aposentado afirma não é dono do carro modelo Kwid branco, e apenas comprou o carro em seu nome para o genro. Ele afirma que nunca esteve na direção do carro, e o genro também diz que não fechou ninguém durante seus trajetos do dia a dia. E a origem do problema se transformou em mistério.

“Esse homem que tinha o nome de Everton ficava mandando mensagens dizendo que sabia onde eu morava, com dados do meu RG, CPF, meu endereço e tudo. Não sei da onde ele tirou essas informações. Inclusive, disse que sabe até onde eu trabalho e meu salário mensal. Eu fiquei abismado porque a minha filha diz que não fez essa fechada que ele tanto dizia, e meu genro também não. Então, eu não sei os motivos de estar sendo ameaçado. Não sei se pela placa que ele pegou daria para fazer todo esse levantamento.”

Ele registrou boletim de ocorrência, dia 12 de dezembro de 2021, após receber as mensagens ofensivas durante o dia todo. 

“Eu recebi as ameaças num dia e no outro já fiz o BO na Delegacia. Mas, não era eu quem estava no carro, quem anda no carro é o meu genro e ele também diz que não fechou ninguém e não teve discussão no trânsito e nem nada. O pior é o levantamento que ele fez. Quem poderia ter essas informações minhas? Quem pode ter acesso a essas informações?”.

O idoso ficou com medo e bloqueou após orientação da Polícia Civil. Ele diz que nunca mais apareceu. 

Mais fiscalização

O aposentado indica que falta fiscalização na cidade e mais respeito por parte das pessoas. 

 “Acho que em Campo Grande, a coisa está meio complicada. Até porque o trânsito aqui está meio desorganizado. E principalmente porque falta muita fiscalização. Não se respeita sinal, faixa, lugares especiais para estacionamento e é uma falta de respeito geral.”

Ele diz que na rua 14 de Julho, por exemplo, se vê muitas irregularidades e principalmente em relação a estacionamento em locais de idosos e cadeirantes.

“Essa falta de fiscalização leva a impunidade do infrator, e a pessoa acha que é dona da cidade e pode fazer qualquer.”