O conteúdo divulgado pelo médico cardiologista João Jackson Duarte, em que afirmava que uma mulher de 26 anos havia sido atendida no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian, por conta de um infarto, após tomar as duas doses da vacina Oxford/Astrazeneca e uma dose de reforço da Pfizer/BioNTech, é falso.
A matéria publicada pelo jornal Estadão afirma que, no vídeo, o médico declara que tinha acabado de sair de uma sala de emergência, citando o suposto caso. Na filmagem, ele não cita o nome da vítima, nem apresenta qualquer prova.
O cardiologista dizia que a "paciente" não tinha histórico familiar de infarto, e que o único "fator de risco" seria o fato dela ter sido imunizadas com as doses da vacina contra a Covid-19.
O vídeo se espalhou em grupos de mensagens por aplicativo e em perfis de extrema-direita nas redes sociais.
Em nota, o Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap), da UFMS, em Campo Grande, confirmou que o médico em questão faz parte do quadro de funcionários, mas negou qualquer ocorrência relacionada ao infarto de uma jovem de 26 anos na unidade nos últimos dias.
“Independentemente do ocorrido, a instituição ressalta que não compactua com as conclusões feitas pelo profissional, visto que qualquer análise com este teor precisa ser feita baseada em um conjunto de dados, metodologias, análises de grupos focais e em uma amplitude muito maior como tem sido feito em diversas pesquisas no Brasil e no mundo”, acrescentou a instituição ao jornal.
As Secretarias Municipal e Estadual de MS informaram que não houve nenhuma notificação de reação adversa, como a relatada por Jackson. Ressaltaram, ainda, que as reações mais comuns são de caráter leve a moderado, como dor no local da aplicação da vacina.
O jornal Estadão foi quem verificou a veracidade das informações apresentadas pelo médico e analisou o local, o histórico do envolvido, bem como entrou em contato com responsáveis para confirmar o caso.