Meninas apaixonadas por futebol realiza jogos amistosos em Campo Grande para ajudar famílias carentes. O grupo ‘As Donas da Bola Tá Errado’ foi criado por Vanessa de Sena e as boas ações tiveram início quando uma das integrantes procurou a jovem, relatando que uma família estava passando dificuldades e precisava de alimentos.
O grupo existe há oito anos e é composto por 98 meninas, que iniciaram amizade na escola e decidiram jogar futebol como lazer em alguns dias da semana. As ações são variadas, pois o grupo já foi responsável por ajudar crianças especiais, famílias em situação precária e até chá de fraldas o grupo organizou.
“No início era apenas uma brincadeira, até que uma das meninas veio pedir ajuda para uma família, a mulher e dois filhos. O esposo estava preso e uma das crianças era especial, a mulher morava em um quarto, não tinha nada na casa e dependia da vizinha que ajudava ela com comida. Nesse momento eu mandei no grupo pedindo ajuda a todas as meninas, para conversar com conhecidos e familiares e conseguimos mobiliar a casa da mulher. Conseguimos fogão, geladeira, armário, mais sacolão, alimentos e roupas para as crianças. Conseguimos manter sacolão por dois meses para eles, ela conseguiu um trabalho e seguiu a vida. Essa foi a oportunidade que tivemos para começar, conversamos e acordamos que sempre que aparecesse alguém que precisasse, íamos fazer ação e ajudar quem precisa”, explica a coordenadora do grupo.
Entre as ajudas realizadas, Vanessa destaca o amor que sentiu pela menina Tati, que possui autismo em grau elevado. Tati que recebeu o grupo de braços abertos e hoje, faz diversas declarações de amor após ganhar uma festa de aniversário.
“Veio outra oportunidade, com uma família, um casal e cinco filhos, dois deles especiais com autismo de grau elevado e conseguimos recolher muito alimento e abençoar eles. Na entrega dos alimentos para essa família, eu conheci a Tati, uma das filhas com autismo, foi algo de Deus, ela me convidou para o aniversário dela. Pensei, mas como assim ela terá aniversário com o pai dela nessa situação. Mas aí eu vi que a festa de aniversário existia na cabeça dela. Reuni as meninas, fizemos a festinha e ela agradeceu, ela é muito carinhosa, falou que me amava, até hoje tenho contato e visito ela, foi uma criança que marcou muito. Quando conheci eu fiquei chocada com a simpatia e fé que ela tem, o tempo todo ela agradece a Deus por tudo”, diz Sena.
A terceira ajuda surgiu dentro do grupo, pois o irmão de uma das atletas se deparou com um problema de saúde e também foi amparado. “O irmão de uma das colegas estava passando por situação de saúde complicada, precisava fazer exames e precisava de alimentos também, porque não conseguia trabalhar. Nos reunimos e fizemos um almoço para ele”.
Além disso, Vanessa conta que o grupo teve acesso a matéria sobre a família de Seu Francisco e as quatro filhas, divulgada pelo TopMìdiaNews e de imediato, as jogadoras realizaram uma ação e também ajudaram a família. “Decidimos fazer ação, eu marquei futebol e conseguimos para o senhor Francisco um guarda-roupa, vários alimentos, roupas, sapatos, materiais escolares para as crianças e fizemos a entrega. Eu ainda quero fazer algo maior para abençoar mais famílias, inclusive a senhora que apareceu na mídia pesando mais de 200 kg, ela também está na lista para ser ajudada. Resolvi fazer vários amistosos para recolher alimento. Jogamos terça e quinta-feira, quarta e sexta jogo em outro lugar e já conversei com todas. Fizemos amistoso no Instituto Mirim, no CMU, as meninas fizeram a entrega dos alimentos, jogamos no colégio Maestro no bairro Cel Antonino e conseguimos bastante alimentos. para o senhor Francisco conseguimos guarda-roupa, vários alimentos, roupas, sapatos, materiais escolares para crianças e fizemos a entrega”.
Feijoada beneficente
De acordo com Vanessa, o grupo se prepara para realizar uma feijoada que deve ajudar mais famílias carentes. “Pretendemos também fazer uma feijoada em fevereiro, quero conseguir um local que não cobra locação, vamos fazer essa feijoada beneficente. Vamos definir ainda local e data e queremos pegar alguma data comemorativa e fazer ação em algum bairro. Estou tentando conseguir ajuda, patrocínio para vender camisetas, recolher mais dinheiro e fazer essa feijoada vendendo os convites a R$ 20 para fazer várias ações e assim vai”.
Futebol não valorizado
Vanessa considera o futebol feminino totalmente desvalorizado no Estado. “O futebol feminino é muito discriminado, não tem valor aqui no Estado, nem nosso país. Então sempre que podemos, além do grupo que faz ações, ajudamos em torneios, montamos torneios e tentamos ajudar com patrocínio, peço patrocínio para fazer brincadeira legal com as meninas e é isso. Espero conseguir ampliar o número de famílias que estamos ajudando.
Para fazer ajudar o grupo, ligue 67 9161-5460.