O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) bateu o martelo e exonerou do cargo de delegado-geral da Polícia Civil de MS, Adriano Garcia Geraldo, nesta terça-feira (22). A oficialização do afastamento saiu no Diário Oficial do Estado.
A exoneração foi a pedido de Garcia, que sentiu-se pressionado a deixar o cargo após a péssima repercussão da confusão no trânsito de Campo Grande, na semana passada.
O afastamento da função tem efeito retroativo a partir de 21 de fevereiro. Quem assume o lugar dele é o delegado Roberto Gurgel. A nomeação também será publicada do DOE.
O caso
A confusão que envolveu o delegado-geral da Polícia Civil de MS, Adriano Geraldo, na noite da última quarta-feira (16), em Campo Grande, começou quando a motorista, de 24 anos, mostrou o dedo do meio para o agente após receber uma buzinada dele.
Existem duas versões para a situação, a do delegado e da artesã. De acordo com o Boletim de Ocorrência, o delegado contou que seguia pela avenida Mato Grosso, quando foi fechado pelo veículo onde estava a jovem.
Ele disse que buzinou para alertar, momento que a mulher colocou o braço para fora e mostrou o dedo do meio.
A partir daí, o delegado tentou por diversas vezes interceptar o automóvel perseguindo a mulher, que continuou fugindo. Ele diz que a mulher parou próximo de uma farmácia, e quase o atropelou, por isso efetuou três disparos de arma de fogo contra os pneus do veículo.
Na versão de Adriano, mesmo assim a jovem continuou fugindo, até que foi interceptada novamente por Adriano. Policiais Civis e militares estiveram no local e tentaram convencer a mulher, por cerca de 40 minutos, para que ela saísse do carro.
Ela só desceu quando uma amiga chegou e a convenceu. A motorista foi presa por desacato e o caso registrado na Depac Centro.
Na versão da motorista, ela diz que o carro afogou na pista e que ao tentar ligar recebeu a buzinada. Ela afirma que mostrou o dedo e que saiu dirigindo não percebendo que estava sendo seguida pelo delegado. Aliás, ela não sabia que se tratava de um delegado da Polícia Civil. A mulher afirmou que ficou com medo e muito assutada durante a perseguição do policial.
Uma investigação já foi instaurada pela Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), e é acompanhada pelo Ministério Público Estadual e OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seccional de Mato Grosso do Sul.
O caso gerou repercussão em todo o Estado, e a população no geral está criticando a atitude do delegado mesmo ele dando a versão que agiu de forma técnica.