Uma família de venezuelanos abandonou o país de origem e tenta recomeçar a vida no Brasil, com objetivo de dar um futuro melhor para o casal de filhos, Carlo Alejandro, 4 anos, e Karla, 9 anos. Eles escolheram Campo Grande para recomeçar a vida e, agora, pedem ajuda para aprender o idioma e se reestruturar na Capital.
Amali Pino, 32 anos, e Carlo Robson Ocaris, 31 anos, estão juntos há 13 anos e, há quatro meses, lutam para se reerguer no Brasil após fugir do cenário violento que se transformou a Venezuela. “A situação ficou muito difícil na Venezuela, lá não se consegue mais medicamentos, alimentos, não consegue nada, o país está em crise. Viemos para o Brasil porque temos dois filhos e queremos dar mais segurança a eles porque lá não dá para viver”, relembra Carlo Robson.
O pai destaca que, enquanto tentava viver no país de origem, tinha horário para sair para trabalhar, mas nunca sabia o horário que conseguiria retornar para o lar. “Você sai para trabalhar, sabe que horas sai da sua casa, mas não sabe quando é o retorno. A Venezuela está muito violenta, matam por um telefone, por um par de sapatos”.
Graças a um amigo, também venezuelano, que reside no Brasil há um ano e sete meses, a família conseguiu moradia. “Ele está aqui há um ano e sete meses. Morei com ele no início, durante três meses. Trabalho vendendo pano na rua, pintando casa, o que aparece eu faço. Na Venezuela eu era 'meseiro' (profissão de garçom no Brasil), trabalhava como barman também, fazendo coquetéis”.
Questionado sobre o maior desejo nesses quatro meses morando em Campo Grande, o venezuelano destaca que gostaria de ajuda para aprender o idioma, que considera difícil. “Quero falar bem para conseguir um emprego, ainda não entendo muito, quero aprender o idioma. Aqui é melhor que na Venezuela”.
Família
Carlo e Amali deixaram familiares na Venezuela e tiveram dificuldades para se adaptar no Brasil. O filho mais novo ainda acredita que a família está a passeio na casa nova. “Alejandro pergunta quando vamos para casa, ele ainda não entendeu que mudamos para cá. Karla chorou muito no começo, sofreu, assim como todos nós tivemos dificuldades. Minha mãe ficou cuidando da minha casa na Venezuela, mantemos contato com eles por telefone”, diz Amali.
O casal não acredita na vinda do restante dos familiares para a Capital. “Meu pai já morreu, o pai da minha esposa também. Temos nossas mães e outros parentes, mas acredito que eles não querem vir para o Brasil, eles não querem abandonar o que já conquistaram para tentar uma nova vida”, diz Carlo.
Para ajudar a família, basta entrar em contato através do telefone (67) 9 9340-7741. A família afirma que possui permissão para permanecer durante dois anos no Brasil, que podem ser renovados por outros dois anos.
O TopMídiaNews entrou em contato com a prefeitura da Capital, que informou que o "Executivo recebeu uma solicitação do MDS para participar do Plano de Interiorização dos Refugiados, que formará um comitê para planejar o recebimentos dessas pessoas que vem da região norte. Nosso maior impasse hoje é recurso financeiro, que deve ser enviado pelo Governo Federal para a realização dos trabalhos".