Menino autista, de 12 anos, morreu por acidente vascular encefálico, no dia 30 de dezembro, em Campo Grande. O esclarecimento vem da família da vítima, baseada em laudo e certidão de óbito.
Conforme o pai do menino especial, Edimar Souza Ramos, 45 anos, que trabalha na concessionária de lixo, a certidão de óbito do filho também traz que o garoto sofreu um AVE com hipertensão craniana e herniação.
O objetivo da família, diz Edimar, é mostrar que primeiro o menino sofreu o problema vascular e foi ao chão e não o contrário. A informação é para afastar suposições de maus-tratos ou negligência nos cuidados do menino que era especial.
''Os médicos não encontraram lesão nenhuma nele'', disse o pai. Ele lembrou que o filho também sofria de epilepsia.
Lembranças
A cozinheira Rosi, de 46 anos, era madrasta do menino. Ela disse que vai lembrar do garoto como um menino muito carinhoso.
''Apesar da doença, ele era muito carinhoso. Tinha ele como um filho para mim... acolhi ele de braços abertos na minha casa'', lamentou a madrasta.
O caso
A família observou que a queda do menino em razão do AVE se deu fora do banheiro. O pai chegava em casa, no final da tarde de sexta-feira (30), quando viu a esposa e a filha, de 14 anos, dizerem que o menino estava caído, desacordado.
As testemunhas acionaram o Samu, mas por conta da demora da ambulância, o pai colocou o filho no carro do vizinho e levou até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Nova Bahia. O menino recebeu os primeiros atendimentos, sendo entubado e, logo em seguida, encaminhado ao Hospital Universitário.
O menino permaneceu internado por 4 dias e morreu na tarde de terça-feira (3).
O que é AVE?
AVE é o mesmo que AVC e, popularmente conhecido como ''derrame cerebral''. É quando o fluxo de sangue, em direção a alguma parte do cérebro é interrompido bruscamente.
O AVC pode ser de dois tipos: o hemorrágico e o isquêmico. O que afetou a criança foi o hemorrágico, que é quando um vaso cerebral se rompe, provocando o vazamento de sangue.
Segundo o Ministério da Saúde, esta hemorragia pode acontecer dentro do tecido cerebral ou na superfície entre o cérebro e a meninge. É responsável por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência do que o AVC isquêmico.