A família da jovem Eduarda de Brito, de 21 anos, já deu os primeiros passos para entrar na Justiça contra suposto erro médico, que culminou na perda do bebê na 31° semana de gestação. O caso aconteceu no início do mês de maio, após a falta de encaminhamento do ginecologista para uma maternidade de Campo Grande.
Eduarda fez todo o pré-natal, conforme aconselhado, mas pode ter sido vítima do descaso, ao desenvolver uma doença infecciosa que poderia ter sido identificada com exames simples no início da gravidez.
De acordo com a irmã, Débora da Silva, de 26 anos, a mãe das meninas é quem está responsável por essa parte de procurar o advogado e os direitos para entrar definitivamente com um processo contra o médico. Segundo a jovem, já foram dados os primeiros passos.
Débora conta que a irmã continua tratando da infecção que, não foi tratada antes por negligência e falta de atendimento médico, e fez com que o bebê morresse na barriga da menina.
Depois do velório, no dia 6 de maio, Eduarda retornou para o Hospital Universitário e começou o tratamento. Ela ganhou alta, mas continua realizando visitas periódicas a cada duas vezes por semana para recuperar a saúde.
A família de Eduarda ainda precisou gastar em torno de R$ 300 em medicamentos para assegurar a melhora na infecção enquanto fazia o tratamento em casa.
A irmã ressalta que a jovem ficou bastante baqueada com a doença e a perda do bebê. "Ela e o marido ficaram bem tristes", disse Débora, que acrescentou: "a gente estava com bastante expectativa [do nascimento]".
Débora, inclusive, relembra que foram gastos recursos para compra de roupas, berço e até a mala para ficar na maternidade estava pronta para a chegada da criança.
O caso
No dia 1° de maio, Eduarda procurou a unidade com muitas dores, mas foi dispensada com medicamento. Na segunda-feira (3), ela foi até a casa de Débora e implorou por ajuda. Ela estava com 31 semanas de gestação.
Eduarda fazia acompanhamento de pré-natal na UPA Moreninhas, mas diz que o ginecologista praticamente nunca a atendeu e os procedimentos eram feitos por enfermeiras.
“Ela chegou em casa e pediu, pelo amor de Deus, para levá-la ao médico e nós fomos para o Hospital Universitário, onde foi constatado que o bebê já estava morto na barriga. A causa morte foi uma doença infecciosa e nós fomos até a UPA das Moreninhas para pegar os exames de pré-natal, ver se isso havia sido verificado, mas eles não acharam e disseram que havia se perdido”.
O que diz a Prefeitura
A reportagem procurou a Prefeitura de Campo Grande para esclarecer se o médico que poderia ter atendido Eduarda sofreu alguma penalidade ou estaria ciente do caso envolvendo a jovem.
Na nota encaminhada, "cabe esclarecer que o acompanhamento pré-natal não é feito na unidade de urgência e emergência, e sim na Atenção Primária, portanto cabe esclarecer ainda onde, de fato, essa paciente buscou atendimento".