A morte de Douglas Ribeiro, de 20 anos, morador de Nova Andradina, assassinado a facadas pelo próprio pai, despertou o sentimento de apocalipse próximo em vários sul-mato-grossenses religiosos. A tragédia ocorreu no fim de semana, e se junta a crescentes casos de violência e assassinatos no Estado ou envolvendo quem é daqui.
Na bíblia, várias passagens apresentam profecias sobre o fim dos tempos. Religiosos chamam a atenção para trechos destacando que a maldade seria tão grande, que haveria situações em que a família entraria em contendas ao ponto de até um tirar a vida do outro. Uma delas é o texto de Mateus 10:21:
“E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais e os matarão”.
Recentemente, no município de Anaurilândia, a 367 quilômetros de Campo Grande, um desentendimento causou a morte de três pessoas da mesma família. Outras quatro pessoas, também do mesmo ciclo familiar, estão presas.
Homicídios entre familiares sempre existiram, muitas relatadas na própria bíblia. Mas com a proximidade das informações, o sentimento vem se intensificando.
"Infelizmente estamos no fim do mundo. A bíblia já dizia que no fim pai mataria o filho e vice e versa. Chegamos nesse período”, comentou uma internauta.
"Misericórdia. Chegamos ao fim dos tempos. Isso tá na Bíblia”, escreveu outro.
Contraponto
Em entrevista à revista Super Interessante, o coordenador do curso de Filosofia da PUC-PR, Jelson Oliveira, alega que esse medo do fim do mundo tem a ver com a finitude humana, algo com o qual homem convive diariamente (a morte), mas que ainda o assombra como indivíduo e como espécie.
“O fim do mundo sempre foi uma ameaça usada especialmente pelas religiões para impor parâmetros de comportamento aos indivíduos”, diz Oliveira.
Já o psicólogo britânico Bruce Hood, também conforme informações da revista, afirma que imaginar um final coletivo, de forma a colocar ordem no mundo, é algo inato ao ser humano.
Morte de Douglas
Douglas Ribeiro de 20 anos, foi morto a facadas pelo pai, de 47 anos, durante uma briga na noite deste sábado (11), no bairro Santa Lídia, em Penha, em Santa Catarina. Os dois eram moradores de Nova Andradina — distante 300 quilômetros de Campo Grande.
Conforme o site Nova Fogo, o pai teria usado a arma para se defender das agressões do filho. A namorada do rapaz tentou separar a briga, mas com medo de ser ferida, se afastou e pediu socorro ao Corpo de Bombeiros.
A equipe encontrou o jovem com vários ferimentos de arma branca enquanto o pai estava em estado grave, com sinais vitais fracos, traumatismo craniano, hemorragias interna e externa.
Os socorristas tentaram reanimar Douglas e conseguiram estancar parte da hemorragia antes de levá-lo para um hospital da região, mas ele não resistiu e morreu.
O pai está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), em estado grave.
A polícia civil de Penha está investigando o caso para entender as circunstâncias que levaram à briga. A comunidade de Santa Lídia está chocada com a tragédia e presta condolências à família enlutada.