O julgamento do promotor de eventos, Valter Costa de Almeida Júnior, 41 anos, foi marcado para 16 de novembro de 2022, em Campo Grande. Ele é réu por, na pior fase da pandemia, fazer um show com três mil pessoas na Capital.
Conforme denúncia do Ministério Público Estadual, recebida pela 6ª Vara Criminal de Campo Grande, em janeiro deste ano, Valter, dono da produtora Santo Show, promoveu um show com a dupla Ícaro e Gilmar, no espaço Terra Nova Eventos, na saída para Rochedo. O MPE destacou que a covid-19 é uma doença sabidamente contagiosa, que se evita com distanciamento e sem aglomeração.
Ainda segundo a acusação, tanto Valter quanto o dono do espaço de eventos, Antonio Carlos Gomes Mareco, também denunciado, fizeram o evento mesmo com o alvará negado pela autoridade competente.
Outro fator que chamou a atenção da promotoria é que o show sertanejo ultrapassou a capacidade de lotação, que à época, era de no máximo 40% do espaço. Havia também a vigência do toque de recolher noturno, que, claro, não foi respeitado.
‘’Na época dos fatos, as autoridades sanitárias emitiram normas para conter a Pandemia de Covid-19 e mesmo assim os autores descumpriram o distanciamento, os protocolos de biossegurança e sem qualquer senso de responsabilidade social promoveram aglomeração’’, diz trecho da denúncia.
A denúncia do MPE foi assinada em dois de julho deste ano e recebida pelo juiz substituto, Marcelo Ivo de Oliveira, no dia 5 de julho.
Em novembro do ano que vem, serão ouvidas testemunhas escolhidas pela acusação e pela defesa. De posse dessas falas, junto das provas documentais, o magistrado dará a sentença, que pode chegar a 15 anos de prisão.
O espaço está aberto às defesas dos envolvidos.
Show
Conforme noticiado pelo TopMídiaNews em 24 de janeiro deste ano, a dupla sertaneja de grande sucesso, Ícaro e Gilmar, se apresentou no Terra Nova Eventos, em Campo Grande.
Imagens recebidas de frequentadores pelo site mostram que, pouquíssimas pessoas usavam máscara de proteção contra a covid-19. Além disso, ninguém promoveu distanciamento social, o que era absolutamente exigido em qualquer evento da época.
Em um vídeo, era possível ver pessoas abraçadas, cantando juntas e erguendo garrafas de bebidas. Ninguém parecia preocupado com a situação trágica enfrentada pela cidade.
À época, o site de notícias lamentou, além das questões legais, a falta de sensibilidade do público e dos organizadores para com as milhares de vítimas da pandemia em Campo Grande.