O advogado Tiago Bunning Mendes desabafou, durante sepultamento de Jamil Name, nesta quarta-feira (30), que o cliente foi vítima de descaso da Justiça. Ele diz que o tratamento dado ao preso, que era idoso e doente, nunca se viu na história brasileira.
Bunning disse que a defesa de Name era privada das informações sobre o real estado de saúde dele. Destacou que, no cárcere, o empresário adquiriu uma doença nova, que, segundo os médicos, teria reduzido a imunidade do preso.
‘’... não tem no país alguém com mais de 80 anos de idade, com a quantidade de doenças que o senhor Jamil tinha, que ficou preso por tanto tempo quanto ele ficou, sem nenhuma condenação, num presídio federal, num regime tão duro, que é o regime de RDD’’, lamentou Mendes.
‘’O último dado que eu tinha, até o início de maio, eram dados de março de 2020. Fiquei mais de um ano sem receber informações atualizadas da saúde dele’’, completou o raciocínio.
Outro ponto destacado é que, segundo o STJ, há no presídio de Mossoró, havia 70 casos de covid-19, em um lugar que, segundo ele, há 120 presos.
‘’E essa informação a defesa não tinha’’, lamentou novamente. Ele destaca que foram feitos vários pedidos da defesa para conhecer os problemas de saúde de Name, mas não foram atendidos.
Sobre a internação de Jamil com covid, o advogado disse que o fato de Jamil Name ser mantido como preso, mesmo em uma UTI, prejudicou todo o atendimento ao paciente.
‘’A transferência dele era para ser feita logo após a primeira intubação, mas como ele era considerado um preso, foi preciso autorização de um juiz e que demorou... mas a decisão era para ser médica e não da Justiça’’, refletiu o defensor.
Tiago destaca que o ideal para Name, era que a Justiça tivesse lhe concedido a prisão domiciliar antes do agravamento da doença.