A Prefeitura de Campo Grande vacinou 650 pessoas contra a Covid-19 durante ação realizada neste domingo (11), no Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena, localizado na região do bairro Tiradentes. A Capital é um dos primeiros municípios do País a realizar a imunização indígenas não aldeados, que vivem em áreas urbanas.
O prefeito Marquinhos Trad destacou que a parcela da população indígena é significativa, especialmente em Campo Grande onde vivem eles estão em aldeias ou comunidades urbanas e, consequentemente, não foram contempladas inicialmente dentro do Plano Nacional de Imunização (PNI). Mato Grosso do Sul possui a segunda maior população indígena do Brasil, segundo dados do IBGE.
“É um ato em favor da vida. Através do diálogo, ouvindo o apelo das lideranças, chegamos a um consenso da necessidade de incluir estas pessoas dentro do cronograma de vacinação. O fato de residirem na cidade não as fazem menos suscetíveis do que os seus parentes que vivem na zona rural. A proteção através da imunização é muito importante para eles, assim como para toda à população campo-grandense”, pondera.
Para o cacique Josias Jordão Ramires, 33 anos, a vacinação representa um momento histórico e um sopro de esperança, não só para a Aldeia Marçal Souza, mas para toda a comunidade indígena de Campo Grande. Ele relata que somente na comunidade foram registrados sete óbitos provocados pela doença, desde março do ano passado, início da pandemia.
“Nossa comunidade sofreu muito o ano passado com essa doença. Praticamente 90% das pessoas contraíram a doença. Hoje temos muito a comemorar pela sensibilidade dos nossos gestores que entenderam a necessidade de incluir a população indígena não aldeada no grupo prioritário . Graças a Deus chegou a tão esperada vacina. É um alento para as pessoas que, assim como eu, perderam entes queridos para esta terrível doença”, disse.
O Município recebeu nesta semana 3.600 doses de vacina que foram remanejadas pelo Governo do Estado e distribuídas aos municípios para imunização de indígenas que vivem fora das aldeias.
A população indígena urbana não foi incluída inicialmente dentro do grupo prioritário pelo Ministério da Saúde, ficando a cargo dos estados e municípios organizarem a imunização deste público, considerando a disponibilidade de doses.
A estimativa ao menos 2.300 indígenas que vivem em aldeias urbanas e comunidades de Campo Grande ao longo da semana, seguindo cronograma pré-estabelecido pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). Esse quantitativo é estipulado com base no público atendido em campanhas anteriores de vacinação, como a da Influenza.
Nesta segunda-feira (12) serão atendidos indígenas que vivem na USF Indubrasil, indígenas que vivem nas comunidades Jardim Inápolis, Vila Entrocamento e Roda Velha. Posteriormente será atendida a população das comunidades adjacentes à Água Bonita, Vila Romana e Noroeste.
Vacinação
Nesta semana à vacinação da população em geral estará suspensa até o recebimento de novas doses. Será dada continuidade somente a imunização dos indígenas e da aplicação da segunda dose da vacina Astrazeneca em trabalhadores da saúde que atuam nos hospitais de Campo Grande.